A atriz norte-americana Patty Duke, que venceu um Oscar de melhor atriz coadjuvante por interpretar a sofrida Helen Keller em O Milagre de Anne Sullivan (1962), morreu nesta terça-feira (29), vítima de uma infecção no intestino.
Mitchell Stubbs, empresário da atriz, confirmou o falecimento da artista. "Ela foi uma esposa, mãe, avó, amiga, uma defensora da causa da saúde mental e um ícone cultural. Sua falta será imensamente sentida", disse em comunicado oficial.
Como atriz mirim, o primeiro papel da carreira de Duke chegou quando ela tinha 12 anos e foi escalada para atuar em Meet Me in St. Louis, uma versão televisiva da comédia musical Agora Seremos Felizes (1944). No mesmo ano, ela começou a atuar no papel de Helen Keller, uma garota cega, surda e muda, na peça da Broadway The Miracle Worker. No ano de 1962, o espetáculo virou filme e O Milagre de Anne Sullivan fez de Duke a atriz mais nova a vencer um Oscar até então. Duke tinha 16 anos de idade.
Entre 1963 e 1967 ela ganhou ainda mais popularidade em seu próprio programa de TV, a série The Patty Duke Show, que rendeu a ela uma indicação ao Emmy ao interpretar duas jovens de personalidades distintas.
Na tentativa de evitar a imagem de "queridinha da América", Duke aceitou o desafio de interpretar uma cantora alcoolatra e viciada em drogas em O Vale das Bonecas (1967). O longa-metragem teve uma boa bilheteria, mas a atuação de Duke foi criticada. Ela venceu o Globo de Ouro de melhor atriz por sua atuação em Uma Garota Avançada (1969) e, no ano de 1979, ganhou seu primeiro Emmy por seu trabalho como uma mãe adolescente solteira no telefilme My Sweet Charlie.
Nos anos 70 e 80, Duke fez aparições em diversas séries e telefilmes como Captains and the Kings (1976), o remake O Milagre de Annie Sullivan (1979), It Takes Two (1982-1983), Insight (1974-1983) e Hail to the Chief (1985).
Ao longo de sua vida, Duke teve de enfrentar problemas com abuso de drogas e transtorno bipolar. Na maturidade, a atriz passou a militar em defesa das pessoas com problemas psiquiátricos. Em seu livro de memórias, Duke relatou que teve uma adolescência triste, apesar do sucesso no cinema e TV, e que seu vício em substâncias começou quando seus agentes lhe encorajaram a tomar álcool e remédios controlados quando ela tinha 13 anos de idade.
Duke presidiu o Screen Actors Guild (SAG), maior sindicato de atores dos Estados Unidos, entre 1985 e 1988. Suas últimas atuações na TV foram participações nas séries Liv e Maddie, Glee e Drop Dead Diva.
Patty Duke era a mãe do ator Sean Astin, da trilogia O Senhor dos Anéis, Os Goonies e Como Se Fosse a Primeira Vez.