Em Meu Amigo Hindu, que estreia nesta quinta-feira, 03, Bárbara Paz interpreta Sofia, uma atriz, que já participou de um reality show e, no fim das contas, acaba se envolvendo com o protagonista do filme, um cineasta. Para quem não sabe (porque se sabe, não se esqueceu), Bárbara foi a vencedora da primeira edição da “Casa dos Artistas”, programa que foi um fenômeno de audiência do SBT em 2001, e é casada com o diretor do filme, Hector Babenco.
Claro, qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência. “A Sofia é um nome que o Hector colocou no personagem, mas sou eu”, ela não tem problemas em afirmar.
A atriz, inclusive, lembra que a primeira versão do filme – a que foi exibida na abertura da última Mostra São Paulo – trazia a cena da recriação da final do reality, mas foi cortada, “como acontece em todo cinema [filme]”. E o roteiro também “tinha mais texto inventado, que a Sofia ia para Nova York tentar a vida de atriz...”, ela revela, mas, “ficava melhor só contando a história, rapidamente, para a introdução da personagem”, que chega com a função de fechar o filme.
Recriar momentos da própria vida não foi um trabalho “fácil” para Bárbara – incluindo, aí, um número musical inspirado em Cantando na Chuva. Mas, no geral, o fato de ser em outro idioma contribuiu para o distanciamento, segundo ela.
Sobre o fato de Meu Amigo Hindu ser falado originalmente em inglês, apesar de quase todos os atores serem brasileiro, conhecidos do grande público – à exceção do protagonista, vivido por Willem Dafoe –, Paz argumenta que o cineasta Lars von Trier, dinamarquês, faz o mesmo, e cita Frida como um exemplo de filme que, pelo menos em princípio, “não deveria ser falado em inglês”.
Selton Mello, que interpreta a morte, “como se fosse um funcionário público”, completa: “Por outro lado, pelo mundo afora, o Hector é um cineasta respeitado no mundo todo, o fato de ser em inglês deve facilitar a circulação do filme”.
Meu Amigo Hindu conta a história de Diego (Dafoe), um cineasta diagnosticado com um câncer terminal que se submete a um arriscado tratamento nos Estados Unidos, e repensa a própria vida ao longo do processo, ao mesmo tempo em que junta forças para realizar um próximo filme. Maria Fernanda Cândido vive Lívia, “a mulher que vai abrir mão da vida pessoal para poder acompanhar o marido nessa trajetória de muito sofrimento” – nas palavras da própria atriz.