Quando o drama A Última Tentação de Cristo, com Willem Dafoe no papel-título, foi exibido no Festival de Veneza no longínquo ano de 1988, o cineasta argentino radicado no Brasil Hector Babenco fazia parte do júri da mostra. Lá nasceu uma amizade entre o diretor e o ator que, quase três décadas depois, finalmente se converte em uma parceria de trabalho.
Meu Amigo Hindu, que chega aos cinemas nacionais no próximo dia 3, conta a história de um cineasta, Diego, papel de Dafoe, diagnosticado com câncer terminal. A única chance de sobrevivência é se submeter a um transplante de medula óssea, uma cirurgia de alto risco, realizada apenas nos Estados Unidos. Antes de embarcar, ele resolve se casar e se despedir dos amigos. Revivendo as memórias de maneira fantasiosa, ele busca se recuperar, apoiado na esperança de realizar mais um filme.
O que você vai assistir é uma história que aconteceu comigo e a conto da melhor forma que eu sei, Babenco assina a cartela que abre o longa-metragem. “É ele e, ao mesmo tempo, não é; é um filme”, declara Dafoe em entrevista exclusiva ao AdoroCinema realizada na última quarta-feira, 24, no Cine Odeon, Centro do Rio de Janeiro, onde esteve ao lado do elenco, brasileiro, para apresentar a obra. “O fato de ser um filme pessoal, era o Hector, um projeto apaixonado e ele me pediu para ajudá-lo com isso”, foi o que mais o atraiu no projeto, revela.
Babenco, aliás, pode não ser o único cineasta brasileiro na lista de parceiros profissionais do ator. Quando perguntado sobre com quais diretores tupiniquins gostaria de trabalhar, o marido da cineasta Giada Colagrande citou Karim Aïnouz como referência.
Enquanto o casamento Dafoe/ Aïnouz não acontece, a gente aprecia sua performance como Babenco e como Marilyn Monroe (abaixo). Aliás, qual dos dois papéis teria sido mais desafiador? Ele, que vai repetir a voz do peixe Gill em Procurando Dory, responde no vídeo acima.