"Eu li um artigo há alguns meses escrito por Sir Ian McKellen e ele dizia que nenhum homem assumidamente gay ganhou o Oscar, e se este for o caso, mesmo se este não for o caso, eu quero dedicar este prêmio à comunidade LGBT ao redor do mundo. Eu me coloco aqui esta noite como um homem gay orgulhoso e eu espero que possamos continuar juntos como iguais um dia", declarou o cantor Sam Smith em seu discurso de agradecimento pelo Oscar de melhor canção, na noite deste domingo (28).
Enquanto a vitória de Smith, pela canção Writing's on the Wall, é certamente um momento de celebração, seu discurso contém um equívoco. Ele não é exatamente o primeiro homem abertamente gay a vencer o prêmio da Academia.
O discurso de Sir Ian McKellen, citado por Smith em sua fala, referia-se às categorias de atuação, em que -- nestas sim, nenhum ator gay já foi premiado. Na ocasião, em uma entrevista para o jornal The Guardian, McKellen lembrou de quando Tom Hanks, Phillip Seymour Hoffman e Sean Penn foram premiados por interpretarem personagens gays, e expandiu a reflexão:
"Por que eles não me deram um Oscar por interpretar um homem hétero? Meu discurso já esteve no bolso do paletó duas vezes. Ele começava com 'Eu estou orgulhoso por ser o primeiro homem abertamente gay a vencer o Oscar'. Eu tive que colocar esse discurso de volta no meu bolso por duas vezes."
Em edições anteriores, Elton John, Dustin Lance Black (vencedor de melhor roteiro original por Milk - A Voz da Igualdade), Howard Ashman e Scott Rudin já foram consagrados. Todos estes são assumidamente gays, e já o eram quando fizeram seus discursos de agradecimento.
Nas entrevistas de backstage, após a cerimônia, um repórter informou ao cantor de seu equívoco, e o britânico se decepcionou consigo mesmo e xingou: "Merda, f****! Eu deveria saber disso."
O próprio Dustin Lance Black recorreu ao seu perfil no Twitter para corrigir a fala de Smith.
Hey @SamSmithWorld, se você não tem ideia de quem eu sou, talvez seja hora de parar de mandar mensagens para o meu noivo. Aqui está um começo.
A questão: Conhecer a nossa história LGBTQ é importante. Nós nos apoiamos nos ombros de incontáveis homens e mulheres honrados que pavimentaram o caminho para nós.