05. Antonia San Juan_Tudo Sobre Minha Mãe
E quem diria que a travesti Agrado de Tudo Sobre Minha Mãe é vivida por uma mulher cisgênero (a gente já explicou o termo aqui!)? Antonia San Juan é mocinha de nascença, atriz, diretora, roteirista e produtora espanhola – e até heterossexual, embora essa informação não faça a mínima diferença. É fato que o diretor Pedro Almodóvar é um mestre no embaralhamento de gêneros. Mas aqui, ele se superou.
04. Georges du Fresne_Minha Vida Em Cor-de-Rosa
Às vezes, você só tem que ser você mesmo. Antes de Tomboy (2011), houve Minha Vida Em Cor-de-Rosa, um delicado retrato de uma criança que não se adequa ao gênero de nascença. Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro, essa produção belga de 1996 conta a história de Ludovic, que acredita ser mesmo uma menina. Ela usa roupas femininas e sonha em se casar com o filho da vizinha. Sem a compreensão dos pais, Ludo (para os íntimos) se refugia em um mundo cor-de-rosa na companhia da boneca Pam.
03. Jeffrey Tambor_Transparent
E se, de uma hora para a outra, seu pai começasse a se vestir como mulher? Grosso modo, esse é o mote de Transparent, excelente série da Amazon, cujo título faz trocadilho com o transgenerismo e a paternidade (“parent”). Para o papel principal foi escolhido Jeffrey Tambor, o pai da família de Arrested Development, de traços fortes e nem um pouco femininos. Por mais que a escolha seja inusitada, o ator brilha no papel de Maura Pfefferman, personagem que já lhe deu um Globo de Ouro, Emmy, SAG, Critics' Choice...
02. Hilary Swank_Meninos Não Choram
A garota esquisita de Karate Kid 4; a mãe solteira (mais uma) de Barrados no Baile. As credenciais de Hilary Swank não eram exatamente levadas a sério pela crítica até Meninos Não Choram. Porém, quem duvidou que Teena Brandon era de fato Brandon Teena no filme de 1999? Um papel pesado, conduzido com honestidade pela atriz, que merecidamente levou o Oscar naquele ano, mesmo competindo com a ótima Annette Bening, por Beleza Americana, o papa-estatueta da premiação de 2000.
Trailer.
Em Tootsie, Dustin Hoffman interpreta um ator desempregado que se transveste de mulher a fim de conseguir emprego em uma novela – e impôs como condição para aceitar o papel que os maquiadores o fizessem parecer mulher “de verdade”. Pelo personagem, foi indicado ao Oscar – e emocionou muita gente. Mas ele foi além com a experiência. Em depoimento ao American Film Institute, em 2012, Hoffman chorou ao dizer que, ao se ver “feia” no papel, se deu conta do quanto era preconceituoso. "Há muitas mulheres interessantes que eu não tive a chance de conhecer nesta vida, porque eu tinha sofrido uma 'lavagem cerebral'" (vídeo sem legenda aqui). E conclui que, para ele, Tootsie nunca foi uma comédia. Que sirva de lição.