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    Mostra de Tiradentes 2016: Contra a ditadura militar, a proibição do aborto e a especulação imobiliária

    Filme de Aborto, Banco Imobiliário e A Noite Escura da Alma foram os destaques de quinta-feira.

    Depois de algumas sessões mornas na Mostra Aurora, a noite de quarta-feira na 19ª Mostra de Cinema de Tiradentes despertou o público com o longa-metragem mais popular até o momento, além do filme mais polêmico. 

    Contra a especulação imobiliária

    Banco Imobiliário, de Miguel Antunes Ramos, acompanha o dia a dia de corretores de imóveis, construtores e gerentes de marketing que comandam o mercado imobiliário em São Paulo. Para essas pessoas, o futuro é destruir as casas e construir edifícios, cada vez mais lucrativos.

    O cineasta tem muita ironia e bom humor ao escancarar o absurdo desse sistema, no qual se vende sonho e se apela a estratégias absurdas de venda. Os aplausos eufóricos da plateia apontam esta produção como forte concorrente ao troféu do público. Mas por trás do humor, é uma pena que o filme não reflita sobre as causas e consequências da verticalização desenfreada das grandes cidades brasileiras.

    Leia a nossa crítica.

    Contra a proibição do aborto

    Filme de Aborto, de Lincoln Péricles, é a grande obra polêmica de Tiradentes até agora, não por sua posição favorável ao aborto, e sim pela estética desconexa. O filme dá a impressão de que tudo pode acontecer: as falas não estão em sincronia com as bocas, a trilha sonora combina pop rock com canções alemãs pré-guerra, Charles Chaplin aparece em cena, homens ficam grávidos (isso mesmo).

    Algumas imagens são longas demais, outras são curtas, algumas têm sentidos óbvios, outras não têm sentido algum. A possível força da obra é atenuada pela tentativa caótica de coesão.

    Leia a nossa crítica.

    Contra a ditadura militar

    Apesar das duas obras ousadas da Mostra Aurora, talvez o grande destaque do dia tenha sido exibido na mais modesta Mostra Transições. O documentário A Noite Escura da Alma, de Henrique Dantas, encontra uma forma potente e original de debater os horrores da ditadura militar. 

    O diretor combina entrevistas em diferentes formas de iluminação (saindo da escuridão à claridade) com performances corporais de atores, destinadas a representar a dor dos momentos de tortura. Além do impressionante feito estético, o filme vai propõe uma discussão sobre as formas de ditadura persistentes na sociedade e na política contemporâneas.

    Leia a nossa crítica.

    Nesta sexta-feira, último dia de competição na Mostra de Tiradentes, serão exibidos os longas-metragens Animal Político e Jovens Infelizes ou Um Homem que Grita Não é um Urso que Dança, enquanto a Mostra Transições se encerra com a ficção Planeta Escarlate.

    Críticas da 19ª Mostra de Tiradentes

    AracatiAtravés da SombraBanco ImobiliárioClarisse ou Alguma Coisa Sobre Nós DoisO Diabo Mora AquiO EspelhoFilme de Aborto

    Futuro Junho

    GarotoÍndios Zoró - Antes, Hoje e Agora?

    InvasoresJonasA Noite Escura da AlmaO Que Queremos Para o Mundo?

    Quase Memória 

    Taego ÃwaTropykaos

    Urutau

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