O cineasta Ettore Scola, um dos principais nomes da sétima arte na Itália, morreu nesta terça-feira (19), aos 84 anos de idade. O diretor estava internado em um hospital de Roma desde o último domingo (17), em coma no departamento cardiológico da instituição, de acordo com informações da agência de notícias ANSA.
Nascido em 1931 na pequena comuna italiana de Trevico, na província de Avellino, Scola se dedicou ao cinema após estudar Direito e atuar como jornalista.
Sua estreia como realizador se deu na comédia Fala-se de Mulheres, de 1964. Alguns de seus principais trabalhos foram os elogiados filmes Perdidos na África (1968), Nós Que Nos Amávamos Tanto (1970), Feios, Sujos e Malvados (1976), Um Dia Muito Especial (1977) e O Baile (1983).
No Festival de Cannes, Scola recebeu o prêmio de melhor diretor por Feios, Sujos E Malvados e o prêmio de melhor roteirista por O Terraço (1980). No César, o "Oscar do cinema francês", o cineasta italiano venceu o prêmio de melhor diretor por O Baile e os prêmios de melhor filme estrangeiro por Um Dia Muito Especial (que recebeu duas indicações ao Oscar "de verdade" em 1978) e Nós Que Nos Amávamos Tanto.
O último filme dirigido e roteirizado por Scola foi Que Estranho Chamar-se Federico (2013), um drama biográfico sobre outro grande nome do cinema italiano, Federico Fellini.
Em sua carreira, Scola trabalhou com grandes atores, como Marcello Mastroianni, Sophia Loren, Vittorio Gassman, Gérard Depardieu e Fanny Ardant.
Matteo Renzi, primeiro-ministro italiano, lamentou a perda do diretor. Para o premier, Scola era um mestre na "incrível capacidade de leitura da Itália, desde sua sociedade até suas mutações, sentimentos ao longo do tempo e consciência social" e "deixa um enorme vazio na cultura italiana".