Acabou de chegar aos cinemas o drama Creed - Nascido Para Lutar, que continua a saga do boxeador Rocky (Sylvester Stallone). Desta vez, ele não está dentro dos ringues, e sim treinando o novato Adonis Creed (Michael B. Jordan), filho de seu antigo adversário Apollo Creed. Enquanto o jovem treina para lutar com um profissional, Rocky enfrenta uma doença e lida com o peso da idade.
Recentemente, o AdoroCinema viajou aos Estados Unidos a convite da Warner Bros. Brasil, e teve a oportunidade de participar de uma coletiva de imprensa de Creed com Stallone, Jordan, o jovem diretor Ryan Coogler, a atriz Tessa Thompson, além dos roteiristas e produtores. Confira alguns bons momentos da coletiva:
Apresentando o projeto para Stallone
Ryan Coogler: Eu estava em Oakland, prestes a começar a filmar Fruitvale Station – A Última Parada. Eu estava enlouquecendo com a pré-produção, não conseguia pensar em mais nada. Olhando o cronograma, vi que eu teria menos de 20 dias para fazer o filme inteiro. Aí, recebo uma ligação de um agente próximo de Stallone, me dizendo para pegar um avião assim que pudesse, porque Sly poderia me receber. Expliquei que não tinha tempo, mas ele me disse para dar um jeito! Então menti para a minha equipe, disse que tinha um problema pessoal e viajei para encontrá-lo em Beverly Hills. Então encontrei Sly, meu ídolo e ídolo do meu pai! Chegando lá, imaginei que seria Rocky falando comigo, mas fiquei chocado: ele não tinha nada a ver com o personagem. Então percebi como ele era um ator brilhante.
Sylvester Stallone: No começo, pensei: não tem porque continuar com essa história! Mas um ano e meio depois, ele voltou e me explicou que, para a minha geração, essa história já tinha sido contada, mas uma ou duas gerações mais jovens ainda não conhecem Rocky. A ideia dele era engenhosa, e eu fiquei meio envergonhado por ter tido uma mente tão fechada sobre o assunto!
Quem faz falta, dos personagens antigos?
Sylvester Stallone: Sinto falta de Adrian (Talia Shire), é claro. Ela era o coração e a alma de tudo. Esses dias eu estava pensando que tudo que eu tenho é graças às origens de Rocky. É incrível que esses personagens tenham sido lembrados sem nenhum efeito especial, sem perseguições de carros, sem nada explodindo, que é o que eu geralmente faço! Não tem nada de palavrões, nada de sexo, nada! Se tivesse todas essas coisas, não seria Rocky. Fico feliz que a geração de Coogler, que nem existia quando o terceiro filme estava em cartaz, tenha desejado levar essa história adiante. Mas agora começa uma série nova, com novos personagens, que podem continuar. A diferença é que eles vivem no presente, e eu tenho que viver no passado, porque é de onde venho. Eles ainda estão construindo a história deles.
Interpretando Rocky doente
Sylvester Stallone: É curioso. Você chega na sala de maquiagem, se sentindo bem, em forma, se senta numa cadeira, e meia hora depois, foi transformado em alguém doente. Pode ser só a maquiagem, mas as pessoas passam por isso todos os dias, então eu tenho uma grande responsabilidade para levar o tema a sério na minha atuação. Eu adquiri mais empatia com pessoas nessas condições. O futuro, neste caso, está repleto de perigo e de dor. Também tive que perceber que meus dias estão passando, e cada dia a mais tira um pouco da nossa saúde. Eu pensei muito na mortalidade. Hum... Acho que vou me matar depois disso! Droga, estava de bom humor até agora!
Peso de continuar a saga Rocky
Ryan Coogler: Eu nem pensei nisso, na verdade. Só queria contar uma história muito pessoal. Quando fiz meu primeiro longa-metragem, saindo da faculdade de cinema, criei uma história muito próxima de mim. Neste caso, por acaso o projeto também tem imenso apelo popular, mas eu assistia aos filmes de Rocky com meu pai, sempre fui um grande fã. Para mim, estava continuando no mesmo caminho, fazendo mais um filme que gostaria de ver com minha família, mas que fosse bom o suficiente para ser visto pelo mundo inteiro.
Pai e filho
Ryan Coogler: O tema pai-filho sempre foi fundamental à franquia Rocky, isso estava no DNA da série. A relação do atleta com o treinador é contraditória: por um lado, os boxeadores são grandes, musculosos, mas na hora de lutar, eles têm que entrar no ringue sozinhos, e com as luvas nas mãos, eles nem conseguem beber água sozinhos se quiserem. Lutadores desenvolvem uma ligação muito próxima com seus lutadores. É algo muito especial.
Virando um boxeador profissional
Michael B. Jordan: Stallone me dizia que eu treinava demais! Foi complicado entrar em forma porque eu tinha pouquíssimo tempo, e ainda passei muito tempo discutindo com Ryan sobre o papel. Mas na hora de treinar, mudei a minha dieta drasticamente, fazia exercícios todos os dias e treinei muitos movimentos de boxe. Discutimos muito sobre que tipo de boxeador ele seria, quais seriam seus golpes principais, seu estilo no ringue. Observamos vídeos de vários lutadores para isso.
O AdoroCinema viajou à Filadélfia a convite da Warner Bros. Brasil.