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    Morre David Bowie, aos 69 anos

    O Camaleão do Rock, ícone da música mundial, foi um dos maiores artistas de seu tempo.

    O mundo ficou menos criativo e genial logo no início de 2016. Foi anunciado nesta segunda-feira (11) que o cantor e compositor britânico David Bowie morreu no último domingo (10), depois de enfrentar um câncer por mais de 18 meses. Um comunicado oficial divulgado nas redes sociais do artista disse que Bowie faleceu em paz e cercado por seus familiares.

    "Enquanto muitos de vocês vão compartilhar essa perda, nós pedimos respeito à privacidade da família durante este tempo de luto", diz o texto, que trouxe a primeira menção oficial ao problema de saúde que o músico enfrentava.  O comunicado foi confirmado pelo filho do cantor, o cineasta Duncan Jones.

    Ao longo de cinco décadas de vida artística, Bowie foi uma importante figura para a música, para a moda e quebrou paradigmas comportamentais, sempre se reinventando como artista — marca que lhe rendeu o epíteto de Camaleão do Rock.

    Dentre os principais trabalhos de Bowie na música estão discos tão diversos e desafiadores quanto sua própria persona, como "Space Oddity" (1969), onde a temática espacial foi abordada de uma maneira inesquecível ao apresentar ao mundo o astronauta Major Tom; "The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars" (1972), quando Bowie se transformou em um alienígena andrógino com ambições de conquistar a Terra através do rock 'n' roll; ""Heroes"" (1978), que traz o ápice da chamada "fase Berlim" do músico, a mais experimental; e "Let's Dance" (1983), onde abraçou a música pop e fez as turnês mais grandiosas de sua carreira, consolidando seu status de mega estrela da música.

    No último dia 8, quando completou seu aniversário de 69 anos, dois dias antes de morrer, Bowie lançou seu último disco, intitulado Blackstar. Em "Lazarus", segundo single do disco, Bowie parecia avisar que estava prestes a partir com versos como "Olha aqui, eu estou no céu" e "Oh, eu estarei livre. Assim como o pássaro azul". O clipe mostra o artista num leito de hospital.

    Multitalentoso, Bowie também teve uma esparsa porém bem-sucedida carreira como ator, que começou antes mesmo de seu sucesso na música. Sua estreia no teatro foi em 1967, na peça "Pierrot in Turquoise". No cinema, seu primeiro trabalho foi no curta-metragem "The Image" (1967). Seu primeiro papel em um longa-metragem foi como o protagonista em O Homem Que Caiu na Terra (1976), vivendo um alienígena humanóide que vem ao Planeta Terra buscar água para o seu povo. 

    Em Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada e Prostituída (1981), Bowie faz uma pequena aparição interpretando a si mesmo. O filme foi importante por usar e popularizar ainda mais músicas de Bowie, que assinou a trilha-sonora e cedeu músicas antigas como a icônica "Heroes".

    Um de seus papéis mais cultuados na década de 80 foi no thriller neo-noir Fome de Viver, trabalho de estreia do diretor Tony Scott. Bowie interpretou um vampiro músico chamado John Blaylocke foi o par romântico de Catherine Deneuve. Outras atuações marcantes do ator na mesma década foram as vistas em Labirinto - A Magia do Tempo e sua ponta como Pôncio Pilatos em A Última Tentação de Cristo.

    Logo no início dos anos 90, Bowie atuou no filme Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer, de David Lynch. Sua última grande atuação nos cinemas foi em 2006, quando interpretou o pioneiro físico Nikola Tesla em O Grande Truque, de Christopher Nolan. Tesla não foi o primeiro ídolo de Bowie que ele teve a chance de interpretar nos cinemas. O cantor viveu o artista Andy Warhol, a quem admirava, em Basquiat - Traços de Uma Vida (2006).

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