O ano ainda não acabou, mas até novembro, período em que os dados estão disponíveis, o mercado brasileiro já superou o ano de 2014, tanto em termos de público, quanto de renda, de acordo com o portal Filme B.
Nos 11 primeiros meses de 2015, 157,7 milhões de pagantes passaram pelas salas de cinemas do país (frente aos 157,2 milhões de todo o ano passado); o volume corresponde a uma renda de R$ 2,12 bilhões (1,97 bilhão em 2014).
É claro que às produções nacionais cabe uma fatia pequena desse bolo. Apesar de o público das produções nacionais ter crescido 10,2% - e a renda, 17% -, o market share (nome pomposo da fatia) tupiniquim representa apenas 12,7% do todo. É um glacê. Mas ainda assim, ligeiramente mais saboroso se comparado com os 12,5% de 2014.
Mas, por mais importante que sejam, os números são frios – e não fazem sentido se não vierem acompanhados de pessoas.
É reconhecendo aqueles responsáveis por tacar fermento nessa massa que organizamos, desde o ano passado, a lista das “maiores personalidades do cinema brasileiro”, um rol que não necessariamente tem a ver com cifras, mas por tornar a nossa produção o mais relevante e diversificada possível.
Valem atores, diretores, produtores, contrarregras, platô, o cargo que for – relacionado ao cinema, claro. E, não deveria ser surpresa, mas, ao fecharmos a lista (votada pelos quatro editores do AdoroCinema), nos demos conta do claro crescimento do protagonismo feminino no Brasil em 2015. É o girl power! Ou, em bom português, arrepia, mulé!
10. Cavi Borges
O realizador fluminense Cavi Borges é um garimpeiro do cinema. Tendo trabalhado uma série de obras ao longo de mais de dez anos – entre eles o multiplataforma Vida de Balconista, com Mateus Solano, e o premiado Riscado, ambos como produtor – o ex-atleta profissional de judô, em 2015, emplacou dois longas-metragens como diretor, a ficção Um Filme Francês, e, finalmente, o documentário Cidade de Deus - 10 Anos Depois, depois de percorrer cerca de 60 festivais mundo a fora. Sua produtora, a Livres Filmes, também fez chegar ao circuito comercial o drama Dois Casamentos, com direção de Luiz Rosemberg Filho. De quebra, ainda mantém uma locadora de filmes (caso não saiba do que se trata, digite o termo no Google) no Rio de Janeiro.
09. Guilherme Fontes
Ame-o ou o odeie. Não foram poucas as polêmicas envolvendo a produção de Chatô – O Rei do Brasil. Um filme que começou a ser rodado há 20 anos e, mesmo tendo captado o equivalente a R$ 10 milhões pela Lei do Audiovisual, teve as filmagens interrompidas por falta de verba, o que gerou uma treta danada sobre o destino do dinheiro. Em 2008, Guilherme Fontes chegou a ser obrigado a devolver cerca de R$ 36 milhões aos cofres públicos, além de ter sido condenado à prisão por suposta sonegação fiscal – pena convertida em prestação de serviços (o diretor recorreu e a decisão final ainda não foi proferida). O fato é que, além de todo o quiproquó jurídico, para uma produção que consumiu mais tempo do que todos os títulos da saga Harry Potter, ninguém botava fé que Chatô ia estrear um dia. Até que, em 19 de novembro de 2015, o longa finalmente chegou ao circuito comercial do Rio de Janeiro e de São Paulo, com distribuição do próprio Fontes, mesmo sob o risco de não poder ser exibido, numa ação movida pelos herdeiros do biografado de última hora. E o pior: o filme é bom.