“Na memória, existem todos os movimentos do corpo. Para se fazer três piruetas, tem de se posicionar, olhar para um ponto fixo e dar um impulso. O estranho agora é ter o movimento no corpo, saber que pode fazê-lo... e não fazê-lo.”
Em Três Atos, novo filme da diretora Lucia Murat, mescla com maestria literatura, ficção e cinema documental. O filme narra a história de uma senhora aos 80 anos, uma intelectual confrontada por questões como velhice, vida e morte, e utiliza para isso dança, história, e Simone de Beauvoir.
A história é transpassada por textos da intelectual francesa que narram justamente sua experiência com a morte à época do falecimento de sua mãe. Ao mesmo tempo em que duas bailarinas, uma jovem (Maria Alice Poppe) e uma idosa (Angel Vianna), contrapõem passos de dança contemporânea, os diálogos de Beauvoir são narrados por Andréa Beltrão e Nathália Timberg, compondo o cenário sobre o literal espetáculo de vida e morte – uma representando a juventude e a outra, a velhice.
De acordo com Beltrão e Murat, a principal dificuldade é para o ator, que precisa interpretar uma coisa que foi feita para ser lida, e não ouvida - já que os textos integrais de Beauvoir são repletos de camadas de pensamentos e sofisticações filosóficas que requerem atenção elevada.
“Por mais que a gente adaptasse um pouco, a gente não quis perder esse aspecto literário do texto, porque era muito bonito”, disse a diretora.
Já a veterana Nathália Timberg descreve o projeto como “um amor à primeira vista”, e se declara encantada com o tratamento dado por Lucia ao texto e à atmosfera do filme.
Veja acima o Making Of exclusivo com as declarações das duas atrizes e da diretora. Em Três Atos estreia nos cinemas no dia 10 de dezembro. Confira o trailer.