Ele chegou para o photocall dominando o arco de fotógrafos que o cercava, tal qual o personagem de Chris Pratt fez com os velociraptors de Jurassic World - Mundo dos Dinossauros. Fazendo caras e bocas – e poses! –, Jack Black desembarcou nessa terça-feira, 20, em São Paulo, para divulgar Goosebumps: Monstros e Arrepios, filme que estreia na próxima quinta-feira, 22 de outubro. O tom descontraído, claro, foi a tônica do encontro com a imprensa.
No filme, o ator interpreta o escritor R.L. Stine, o próprio autor das histórias de monstros lançadas no Brasil como “Arrepios”, e que esteve presente nas filmagens. Na ficção, o adolescente Zach Cooper (Dylan Minnette, de Os Suspeitos) se muda de Nova York para a cidade pequena onde Stine vive recluso com a filha, Hannah (Odeya Rush, de O Doador de Memórias) – e, claro, os jovens se apaixonam. Depois de escutar gritos vindo da propriedade ao lado, Zach invade a residência e acaba, acidentalmente, abrindo um dos livros do escritor e, consequentemente, dá início à libertação de todos os personagens macabros criados por Stine.
Para compor o personagem, Black disse que assistiu a Cidadão Kane “sem parar”. E que não teve compromisso com a “realidade” – ao contrário de quando fez Bernie - Quase um Anjo (2011), filme também baseado em um caso verídico, “mas que quase ninguém viu”, brincou. “Tentei fazer o personagem mais sinistro, anti-social. É para ser um vilão, pelo menos em princípio. Mas com humor”, admitiu, para contextualizar: “Ele [o personagem Stine] teve uma infância difícil, sofreu bullying, então, construiu esses muros. Mas ele é apenas uma criança se protegendo”.
“Não há mais filmes assustadores e divertidos para as crianças hoje em dia. Em geral, são assustadores demais”, defendeu o seu, Jack Black, citando como referência E.T. - O Extraterrestre (1982) e Os Caça-Fantasmas (1984 e 1989).
Stine vs. Rowling
No fim de semana de abertura, o último, nos Estados Unidos, Goosebumps arrecadou US$ 23,5 milhões, superando Perdido em Marte e as expectativas da Sony internacional, que projetava pouco menos de US$ 20 milhões. Garantia de uma sequência? “A gente sempre espera que um filme vá ser um sucesso e os produtores te implorem para voltar para o papel. Mas todos os monstros já foram usados nesse, então eu sugeriria um embate entre Stine e [a autora de Harry Potter] J.K. Rowling, escrevendo loucamente”, ele perde o contrato, mas não perde a piada.
Cinema vs. TV
Em um breve balanço da carreira, Black creditou a Barry, o mal-humorado vendedor de discos de Alta Fidelidade (2000) o turning point da própria carreira: “Foi o meu primeiro grande papel, onde eu achei minha voz e quando comecei minha banda [Tenacious D]. Depois do filme, eu não precisei mais fazer audições”.
Apesar do sucesso nos cinemas, com personagens como o superficial Hal em O Amor É Cego (2001), o professor Dewey Finn de Escola de Rock (2003) e a voz do Panda Po na franquia Kung Fu Panda (2008 e 2011), Jack Black aponta que o futuro criativo do entretenimento está em uma tela bem menor.
Ele, que acabou de estrelar a série The Brink, ao lado de Tim Robbins, revelou: “Eu quis fazer TV porque as melhores histórias estão sendo feitas para esse formato. O cinema está comendo poeira”. Pode citar exemplos, Mr. Black? “True Detective, a primeira temporada, porque a segunda...; Fargo; Breaking Bad, claro, e... qual é aquela dos dragões?” (RISOS).
Aproveitando, Jack Black reiterou que Escola de Rock vai virar série e até musical para a Broadway, pelas mãos do midas Andrew Lloyd Webber, mas que ele não tem envolvimento com nenhum dos projetos. Pena.