Há alguns anos, Luc Besson (Lucy) emplaca pelo menos um filme de ação com o seu nome, seja como diretor, seja com um grande crédito de produção. Sobe a produtividade, cai a criatividade, e um dos thrillers recentes do cineasta francês já pode ser tido como o maior fracasso de sua carreira: Sequestro no Espaço.
Mal nas bilheterias (US$32 milhões em todo o mundo) e ainda pior diante da crítica, o filme estrelado por Guy Pearce teve uma de suas melhores avaliações pelo Box Office, que trata o thriller como "uma cópia habilidosa e descarada de Fuga de Nova York e Fuga de Los Angeles". Para azar de Luc Besson, John Carpenter achou o mesmo. E uma corte francesa também.
"A corte observou muitas similaridades entre os dois filmes de ficção científica", descreve o Observatório Europeu de Audiovisual, comparando Fuga de Nova York e Sequestro no Espaço. "Ambos apresentam um herói cínico, atlético e rebelde sentenciado a um período de encarceramento isolado — apesar de seu passado heróico — que recebe a oferta de libertar o Presidente dos Estados Unidos ou sua filha reféns em troca de liberdade", explica a sentença, citando mais algumas combinações que, de fato, tornam Lockout uma clara releitura dos filmes estrelados por Kurt Russell.
Autor da ideia nada original e roteirista do filme ao lado dos diretores Stephen St. Leger e James Mather, Luc Besson e a produtora EuropaCorp foram condenados a pagar 20 mil euros a John Carpenter, 10 mil euros aos roteiristas (Carpenter e Nick Castle) e 50 mil euros aos detentores dos direitos autorais dos filmes. Uma quantia não tão alta, convenhamos, mas muito significativa, já que a incomum condenação cria um precedente quanto à tênue linha que define plágio — e pode ser muito positiva, protegendo a criação e estimulando cineastas a serem de fato originais.