Um festival de cinema como o de Vitória tem por objetivo não apenas trazer um pouco do que é produzido na sétima arte espalhada por todo o Brasil, mas também ressaltar a produção local. Foi exatamente o que aconteceu na noite de abertura do evento, ocorrida ontem, no abarrotado Theatro Carlos Gomes.
Após as devidas apresentações e agradecimentos dos organizadores do festival, chegou a hora de louvar o cinema capixaba. Primeiro atraves do homenageado local, o ator e artista plástico José Augusto Loureiro, que recebeu o Troféu Vitória. Emocionado, ele dividiu o prêmio com sua tia Zeni, que também subiu ao palco, e relembrou momentos marcantes da carreira, especialmente quando foi convidado a integrar o elenco de Policarpo Quaresma, Herói do Brasil. "Fui chamado e estive no set de filmagens por 12 dias, ao lado de gente do porte de Paulo José, Chico Diaz e Marcélia Cartaxo, sem discriminação alguma. Recebi o mesmo cachê que eles, foi uma experiência marcante."
O cinema local também ganhou espaço através da projeção de seis curta-metragens na mostra Foco Capixaba. Por mais que a qualidade tenha sido baixa, com três curtas desnecessariamente longos e com problemas de narrativa - Dinossauros, Insular e Invisível -, merece destaque o roteiro de Distopia, uma ficção científica onde uma mulher é despertada da criogenia para se tornar a última esperança da humanidade.
A primeira noite do festival foi encerrada com a projeção de A Luneta do Tempo, longa-metragem de estreia do cantor e compositor Alceu Valença como diretor. Exibido no Festival de Gramado do ano passado e ainda inédito no circuito comercial, o filme revisita a história de Lampião e Maria Bonita, interpretados por Irandhir Santos e Hermila Guedes, seguindo a linha do cordel. Confira a crítica do AdoroCinema e, logo abaixo, a entrevista exclusiva que fizemos com o músico, e agora diretor, Alceu Valença.