Os cinéfilos interessados em assistir ao romance Love, de Gaspar Noé, vão ter mais dificuldade para encontrar salas exibindo o filme. Isso porque grandes exibidores que tinham fechado contrato para mostrar a obra acabaram recuando, em virtude das cenas de sexo explícito em 3D. A rede Cinemark retirou o título por completo, já o Cinépolis restringiu a exibição após 22h.
"Tudo o que é um pouco diferente aqui a gente sofre. O sistema de exibidores no Brasil é pra lá de conservador. Se fosse possível classificar como 30 anos, teriam colocado", afirmou Jean-Thomas Bernardini, fundador da distribuidora Imovision, ao G1.
"Se os exibidores deixassem de colocar o mesmo filme em seis salas diferentes e deixassem que o público tivesse a oportunidade de ver outro tipo de filme, a Imovision teria muito mais faturamento. 'Ah, mas esse aqui é de arte, esse filme é de gay, esse aqui é de sexo'. Eles sempre têm uma desculpa para só passar as mesmas coisas", completou.
Na França, terra natal de Love, a produção conseguiu a classificação etária 16 anos após uma longa batalha judicial, e tem conquistado bons resultados de bilheteria, com mais de 50 mil ingressos vendidos em circuito restrito. Este já é o segundo maior sucesso comercial da carreira de Noé.
A história do filme gira em torno de Murphy (Karl Glusman), jovem que leva uma vida entediante com a esposa. Aos poucos, ele começa a se lembrar da antiga namorada, e dos momentos que passaram juntos. Curiosamente, Love é considerado um dos filmes menos fortes do diretor Gaspar Noé, que já chocou o público com longas cenas de estupro em Irreversível e com planos de penetração do ponto de vista de uma vagina em Viagem Alucinante.
Leia a nossa crítica de Love. O filme está disponível em 48 salas pelo Brasil, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Salvador e Recife.