“O que me tirou o sono antes das filmagens era se eu ia virar uma chata controladora com ela, [dizendo coisas do tipo] ‘filhinha, faz assim’, mas ela se comportou de maneira muito profissional e, aí ficou só a corujice da mãe”. Assim Glória Pires definiu sua relação com a filha, Antonia Morais, nos bastidores de Linda de Morrer, filme de estreia da jovem, nos cinemas a partir de 20 de agosto.
As duas participaram de uma coletiva de imprensa nesta terça-feira no Rio de Janeiro para divulgar a comédia, ao lado dos atores Emilio Dantas e Angelo Paes Leme e da diretora Cris D'Amato (S.O.S Mulheres ao Mar) e da produtora Iafa Britz (Nosso Lar).
No filme, elas repetem o parentesco da vida real. Glória é Paula, uma cirurgiã plástica de sucesso que descobre um milagre, ou melhor, o Milagra, uma pílula que promete acabar com a celulite. Acontece que o remédio tem efeitos colaterais dos quais a profissional não tinha conhecimento. Como consequência, ela morre (simples assim), mas volta do além para tentar impedir o lançamento do medicamento. Para isso, vai contar com a ajuda do médium Daniel (Dantas) para convencer a filha e o sócio (Paes Leme).
Além da relação "pais e filhos", a diretora declarou que a “ditadura da beleza” era outro tema que a atraia. “Todo mundo fala: ‘ai, tem um remédio pra emagrecer que é ótimo’, aí a outra pessoa diz ‘me empresta’, sem nem saber o nome do remédio”. Quem nunca? “Não sou contra nenhum procedimento – vou fazer um daqui a pouco –, eu sou contra o excesso”, brincou – ao mesmo tempo em que falou sério –, Cris.
O filme “não julga”, Glória fez questão de observar, para emendar: “Antes de a gente começar a filmar, a Cris esteve lá em casa com o roteiro para a gente fazer uma leitura, que terminou em lágrimas. Na verdade, nem terminou. Teve um clima de brodagem, energia de amor, de convivência que a Cris e a Iafa trazem”.
“Brodagem” essa que pôde ser sentida na sala do hotel onde o evento aconteceu. Sem perder a piada, Iafa Britz fez o os jornalistas gargalharem: “A gente [ela e a diretora] já tomou muita bola pra emagrecer, mas a gente já superou isso, está numa fase mais orgânica, sem glúten”.
Brasileiro vai ao cinema para gostar do filme.
Perto do fim, a diretora da Fox Film do Brasil, distribuidora do longa, Patricia Kamitsuji, estimulada por um jornalista sobre “o momento do cinema brasileiro”, atestou: “Crise é quando não tem filme”. Para ela, o principal problema do mercado cinematográfico nacional é “não ter sala no Brasil todo. Por isso que a gente tenta investir tanto nas campanhas, pra que a gente tenha pessoas investindo em salas de cinema. Somos um pouco vítimas [...], porque, se tem mais cinema, tem mais público”.
A executiva concluiu com uma teoria: “Ele [o brasileiro] não vai ao cinema para assistir a um filme, ele vai para gostar”. Pense nisso.
Em breve, confira nossa entrevista em vídeo com o elenco.