Em uma das grandes zebras do Oscar, Crash - No Limite desbancou O Segredo de Brokeback Mountain e ficou com a estatueta de Melhor Filme em 2006. Passado o choque de Jack Nicholson, as críticas ao resultado pipocaram por toda parte, com muita gente acusando a Academia de homofobia e conservadorismo, enquanto fãs do estrelado filme-coral rebatiam os questionamentos sobre seu incrível feito. Curiosamente, nem Paul Haggis, diretor e roteirista, concorda com o que aconteceu naquela noite:
"Foi o melhor filme do ano? Não acho. Foi um ano de excelentes filmes. Boa Noite e Boa Sorte, maravilhoso; Capote, genial; O Segredo de Brokeback Mountain, ótimo filme; e Munique, de Spielberg. Que ano! Crash por algum motivo tocou as pessoas. E não dá para julgar filmes assim. Estou feliz com os Oscars, são adoráveis, mas não me pergunte qual foi o melhor filme daquele ano, pois eu não votaria em Crash."
Uau! O surto de sinceridade foi em entrevista ao Hit Fix. E ele apresentou sua teoria:
"Acho que os votantes escolheram o que realmente mexeu com eles. E tenho muito orgulho do poder emocional de Crash. Pessoas dizem para mim: 'Aquele filme mudou minha vida'. Escutei isso milhares de vezes. A missão foi cumprida, o experimento social deu muito certo. Se é um grande filme? Não sei."
Depois de Crash, Paul, que ganhou também o Oscar de Melhor Roteiro Original, dirigiu No Vale das Sombras, 72 Horas e Terceira Pessoa. Autor dos roteiros de Cassino Royale, Quantum of Solace e Menina de Ouro, ele está lançando agora a série da HBO Show Me a Hero.
Você concorda com Haggis?
