Após lançamento em países como França e Itália, e prêmios em festivais importantes como Berlim e Sundance, o aguardado Que Horas Ela Volta? assumiu a responsabilidade de ser o filme de abertura do Festival de Gramado 2015. Retirado de competição às vésperas do evento, o longa não estará na disputa pelos troféus Kikito. Mas o público presente no Palácio dos Festivais não ligou para isso e aplaudiu muito após a sessão, que contou com as presenças da diretora Anna Muylaert, do produtor Caio Gullane e das atrizes Camila Márdila e Karine Teles.
Intimamente ligado a filmes como O Som ao Redor e Casa Grande, Que Horas Ela Volta? aborda de forma inteligente a questão da ascensão social no Brasil e a presença do trabalhador doméstico na vida da família de classe alta/média, uma relação que muitas vezes é amigável desde que o empregado "fique no seu lugar". O longa é uma ótima crítica social. Além do roteiro, destaca-se o elenco da produção, em especial as atrizes Regina Casé e Camila Márdila.
A noite contou ainda com as exibições dos curtas Bá, de Leandro Tadashi, e Como São Cruéis os Pássaros da Alvorada, de João Toledo. O primeiro é simples, mas bem delicado. Conta com um ator mirim e uma atriz de terceira idade amadora nos papéis principais. E eles não decepcionam. O mesmo não se pode dizer dos atores que interpretam os pais do menino, que parecem completamente num tom diferente do restante da produção. O segundo curta é mais inventivo e experimentalista, mas por outro lado não consegue contar bem sua história.
A primeira noite de Gramado 2015 acabou com o longa mexicano En La Estancia, produzido pelo cultuado Alejandro González Iñárritu. O filme de Carlos Armella é interessante ao mesclar ficção e documentário, mas não decola. Conta com problemas sérios de ritmo.
O AdoroCinema viajou a convite da organização do evento.