Responsável pela direção de Meu Passado Me Condena, a série da TV, Júlia Rezende estreou no cinema em 2013 levando mais de três milhões de espectadores para a sala escura justamente com a adaptação da comédia para a tela grande.
Em seu filme seguinte, Ponte Aérea, que estreou em março desse ano, ela pegou um pouco mais pesado no tom (o que não quer dizer, de maneira nenhuma, que o filme seja pesado) para contar a história de um outro casal, desta vez baseada na fluidez das relações amorosas hoje em dia - conceito nomeado como "amor líquido", que tomou emprestado do sociólogo polonês Zygmunt Bauman.
Para seu terceiro longa como diretora, que chega aos cinemas nessa quinta-feira, 02 de juho, a filha da produtora Mariza Leão retoma a história de Fábio e Miá, sucesso na TV e no cinema - e no teatro e na literatura e sabe-se lá Deus mais onde daqui pra frente.
Em Meu Passado Me Condena 2, ela aborda a famosa "crise dos sete anos" que, sinal dos tempos, agora acontece aos três. "Na primeira dificuldade, as pessoas se separam" hoje em dia, ela diagnostica, em entrevista ao AdoroCinema (vídeo acima). Apesar da diferença de tom dos filmes, "falar das relações afetivas é o grande barato pra mim", declara.
Decidida, Júlia afirma: "eu não sou uma espectadora de comédia, eu não rio de qualquer coisa, não acho tudo engraçado. Onde me interessa fazer uma comédia? A partir do momento em que a gente pode fazer uma crítica e ter um olhar de um humor meio ácido para situações que estão ao meu redor".
Diante desse quadro, ela comenta a situação do gênero: "o cinema mundial está vivendo um momento de uma certa crise do drama. O drama a gente está deixando para ver em casa, no Netflix". (Será que, a exemplo do apresentador Sílvio Santos, que ganhou uma assinatura da plataforma de vídeo on demand ao fazer propaganda involuntária para o serviço, Júlia também não vai para o trono?)
No fim, recorremos à diretora para tentar aplicar uma "pegadinha" (alô, Sívio!) em Fábio Porchat e Miá Mello. O resultado você confere amanhã.