"É incrível pensar que o primeiro Exterminador foi filmado em 1984, em uma época que a máquina e as pessoas guardavam uma certa distância. Hoje, tenho certeza que não posso ganhar em um jogo de xadrez no meu iPad, nem mesmo colocando no nível médio. As máquinas já dominaram o mundo. Elas se comunicam entre si. Estamos mais perto da realidade do filme hoje”, tascou – quase sombrio – um simpático Arnold Schwarzenegger, em coletiva de imprensa no Rio de Janeiro nesta segunda, como parte da divulgação do quinto filme da franquia, O Exterminador do Futuro: Gênesis.
Ele se referia ao mundo pós-apocalíptico criado pelo diretor James Cameron, passado em 2029, quando as máquinas da Skynet teriam dominado a Terra, eliminando - ou quase - a raça humana.
Lá se vão mais de três décadas desde que o primeiro filme chegou aos cinemas. Estaria o ator de 67 anos velho para o papel? Talvez, mas “não obsoleto” (expressão tomada emprestada de uma das cenas do novo filme). "O tecido humano envelhece, mas isso não quer dizer que estou mais lento. Malho duas vezes por dia. As habilidades com as armas não mudam", garante o grandão.
As cenas de disparo de arma, aliás, são as mais complexas para ele. “Você atira e não tem nem como piscar, afinal, trata-se de uma máquina [um androide], e esse é o maior desafio. Ele não tem emoção o motivando”, declarou, depois de reproduzir o sorriso quadrado (foto anexada) do personagem. Porque, voltar para o papel em si, não representa grande dificuldades para o campeão de fisiculturismo (“é como esquiar ou andar de bicicleta”).
Ele se declarou honrado por retornar ao papel de Terminator: “Nos filmes de James Bond ou do Batman, eles trocam de ator e eu posso dizer que tive o privilégio de fazer novamente esse filme [pela quarta vez]. Ainda mais agora que os efeitos especiais que temos disponíveis tornam o filme ainda mais interessante”.
O ex-governador da Califórnia ainda elogiou o trabalho de sua colega de elenco. Ele chamou Emilia Daenerys Targaryen Clarke de a coisinha mais sexy do momento (“the sexiest thing around”), a quem coube, segundo ele, o papel de maior responsabilidade: "interpretar a Sarah [Connor], seria difícil para qualquer mulher, por causa do excelente trabalho de Linda Hamilton [que viveu a personagem nos dois primeiros filmes]. Mas a Emília deu conta e fez um bom trabalho”.
De volta para o passado, Arnie lembrou da quantidade de vezes que ouviu “não”: “de gente que falou para que ele desistisse de seus sonhos, que eu nunca teria um papel principal em um filme americano, que o meu sotaque atrapalhava, que meu nome era impossível de se pronunciado... Eu fui feito para fazer esse personagem”.
“Crianças, não importa quantas vezes vocês falhem, o importante é se reerguer”, motivou o ator, que depois de Terminator, vai reprisar nos cinemas os papeis de Conan, o Bárbaro, e Irmãos Gêmeos – que vai se chamar Trigêmeos, com a entrada de Eddie Murphy (LOL).
O Exterminador do Futuro: Gênesis tem previsão de estreia em 2 de julho no Brasil.