Minha conta
    Festival de Cannes 2015: Análise das premiações e do evento

    É hora de relembrar os principais destaques do maior festival de cinema da atualidade.

    O Festival de Cannes chegou ao fim! É hora de recapitular o que aconteceu nestes intensos 12 dias e fazer um balanço, sobre os principais destaques negativos e positivos.

    O ANO DAS MULHERES

    Não há dúvidas: a edição deste ano do Festival de Cannes foi delas! A começar pelo filme de abertura, De Cabeça Erguida, dirigido por Emmanuelle Bercot (premiada como melhor atriz, por Mon Roi). Foi apenas a segunda vez que um filme dirigido por uma mulher abriu o evento.

    Em relação às atuações, elas também brilharam mais que os homens. Cate BlanchettRooney Mara (Carol), Margherita Buy (Mia Madre), Marion Cotillard (Macbeth), Rachel Weisz (Youth e The Lobster), Emily Blunt (Sicario), Charlize Theron (Mad Max: Estrada da Fúria) e Srinivasan Kalieaswari (Dheepan) receberam muitos elogios. Várias delas participaram de debates sobre a posição da mulher na indústria cinematográfica, ainda repercutindo o importante discurso de Patricia Arquette ao receber o Oscar de atriz coadjuvante deste ano, por Boyhood.

    Uma polêmica que surgiu durante o evento foi em relação ao vestuário exigido nas badaladas sessões de gala. Algumas mulheres foram barradas simplesmente por não usarem sapato de salto alto! A atitude logo gerou protestos de todo tipo, inclusive de Emily Blunt durante a coletiva de Sicario, o que fez com que a organização do festival rapidamente se pronunciasse dizendo que não havia esta exigência. Mas que aconteceu, aconteceu - e, após o assunto ganhar repercussão, a exigência não voltou a se repetir.

    QUALIDADE NA SELEÇÃO

    O alto nível da seleção da mostra competitiva impressionou. Se houve bombas do calibre de The Sea of TreesMon Roi e Marguerite & Julien, foram também exibidos grandes filmes, como Carol, Youth, Mia Madre, Chronic, MacbethSaul Fia e The Lobster. A qualidade fez com que fosse até difícil fazer qualquer prognóstico sobre quem seriam os premiados.

    Por outro lado, a mostra Un Certain Regard foi bem decepcionante. Apesar da qualidade até ter melhorado nos últimos três dias, durante boa parte do festival foram exibidos filmes apenas medianos, sem grande destaque.

    A DECEPCIONANTE SAFRA FRANCESA

    Eram cinco os filmes franceses na mostra competitiva (Valley of Love, Mon Roi, Dheepan, Marguerite & Julien e La Loi du Marché), fora o filme de abertura (De Cabeça Erguida). O único a receber aplausos da imprensa mundial foi Dheepan, ganhador da Palma de Ouro deste ano. Mon Roi foi acusado de nepotismo, enquanto que Valley of Love e Marguerite & Julien foram vaiados.

    Diante de tal desempenho, foi surpreendente ver que o júri presidido pelos irmãos Joel e Ethan Coen concedeu três prêmios a filmes franceses. Em um ano de produção local tão fraca, e da internacional tão forte, soou estranho.

    DE OLHO NO OSCAR

    Nos últimos anos, Cannes revelou alguns filmes que figuraram com destaque no Oscar do ano seguinte. Basta lembrar de Amor, Foxcatcher, A Grande Beleza, Relatos SelvagensDois Dias, Uma Noite e tantos outros. A edição deste ano promete repetir a dose.

    Entre os longas americanos, o destaque maior fica com Carol. De produção impecável e duas belas atuações femininas (Cate Blanchett e Rooney Mara), tem grandes chances de aparecer com destaque no Oscar 2016. Um nível abaixo está Macbeth, outra grande produção que, além das atuações de Michael Fassbender e Marion Cotillard, pode ser lembrada em categorias técnicas, como maquiagem, figurino e direção de arte.

    Por mais que seja falado em língua inglesa, Youth é uma incógnita em relação ao Oscar. Não por sua qualidade, mas pela proposta de narrativa pouco usual ao cinema americano. O sucesso de A Grande Beleza pode ajudar, mas as apostas são maiores em relação ao elenco: Michael Caine, Harvey Keitel, Rachel Weisz e Jane Fonda podem ser indicadas.

    Entre os filmes estrangeiros, o destaque maior fica com o húngaro Saul Fia. Vencedor do Grande Prêmio do Júri, é bem provável que seja escolhido como candidato do país ao Oscar de filme estrangeiro. E por se tratar de uma tema bem ao gosto da Academia, uma história forte sobre o Holocausto, tem boas chances de levar o prêmio. Dheepan também larga na frente como candidato francês, assim como Hrútar (vencedor da mostra Un Certain Regard) deve ser indicado pela Islândia.

    Fora de competição, há Divertida Mente. O filme mais aplaudido no festival deste ano tem uma indicação certa na categoria de filme de animação, mas pode ir mais longe e, assim como A Bela e a FeraToy Story 3 e Up - Altas Aventuras, abocanhar uma indicação na categoria de melhor filme.

    facebook Tweet
    Links relacionados
    Back to Top