15. Woody Allen começou com cenas emprestadas de um filme japonês
O primeiro projeto do cineasta foi um dos mais criativos de sua carreira. Ao invés de organizar uma nova filmagem, ele comprou os direitos de um filme de ação japonês e usou as imagens originais, inserindo algumas cenas e mudando outras de ordem até criar O Que Há, Tigresa? (1966). A ideia era substituir todas as vozes originais por diálogos em inglês, que não tinham nenhuma relação com a história original. Assim, o filme se tornou uma trama de espionagem sobre uma receita de cozinha secreta...
Curiosamente, esta ideia surgiu como improviso: depois de adquirirem os direitos do original japonês, os produtores começaram a suspeitar que o público americano não gostaria da história, e chamaram Woody Allen, já conhecido e respeitado pelo roteiro de O Que é Que Há, Gatinha? (1965), para fazer esta paródia.
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16. Glauber Rocha começou com uma crítica à religião
Barravento (1962) não deveria ser o primeiro filme de Glauber Rocha. O cineasta era apenas produtor do projeto, mas quando o então diretor Luis Paulino dos Santos foi afastado das filmagens, por atrasar o cronograma e se envolver com uma das atrizes, Glauber assumiu a função. Em três anos, ele reescreveu o roteiro, filmou e terminou o projeto.
A história de Barravento mostra um homem negro que tenta alertar as pessoas de sua aldeia sobre os perigos da alienação religiosa. Glauber afirmou na época: "Fiz um filme contra candomblés, misticismos e, num plano de maior dimensão, contra a permanência de mitos numa época que exige lucidez, consciência, crítica e ação objetiva". O resultado, como poderia se esperar, foi bastante polêmico, mas venceu um prêmio no festival de Karlovy Vary.