Oscar 2015: Academia recusa produtores de Boyhood

Executivos responsáveis pelo financiamento e pelos equipamentos do filme não foram considerados produtores, como Richard Linklater e Cathleen Sutherland.

Boyhood - Da Infância a Juventude surpreendeu a todos quando anunciado, especialmente por sua ambição: rodar um filme ao longo de 12 anos, além de um ano adicional de pós-produção. Durante esse tempo, os produtores Richard Linklater e Cathleen Sutherland contaram com dois executivos de extrema importância em sua retaguarda: John Sloss, da Cinetic Media, e Jonathan Sehring, presidente da IFC Films. Por seu suporte, ambos foram creditados como produtores do longa-metragem; nenhum deles, porém, será considerado pela Academia quando Boyhood receber sua esperada (certa!) indicação de Melhor Filme no Oscar 2015.

De acordo com o The Hollywood Reporter, a Academia de Ciências e Artes Cinematográficas seguirá a decisão do Producers Guild of America de desconsiderar os créditos de produção concedidos aos executivos. Durante os 13 anos que Boyhood levou para ficar pronto, Sloss cuidou de todos os equipamentos necessários para a produção do longa-metragem, enquanto Sehring financiou os 200 mil dólares anuais destinados para o orçamento do filme. Segundo o Sindicato de Produtores dos Estados Unidos – e, consequentemente, a Academia –, isso não é suficiente para que eles sejam caracterizados como produtores.

"Contribuições ao longo de todo o processo de produção, incluindo o desenvolvimento do roteiro, casting, preparação, filmagem e supervisão do set", delineam os rígidos critérios do PGA. Em resposta, o produtor, diretor e roteirista Richard Linklater encaminhou uma carta especificando que Sloss e Sehring tiveram participação essencial durante a produção de Boyhood e que estava "feliz por dividir os créditos de produção com eles". Produtores não envolvidos no projeto se manifestaram a favor dos executivos da Cinetic Media e da IFC Films; um deles tachou a decisão como "ultrajante" , enquanto outro lembrou que ao critérios não significam nada diante do suporte deles na criação do filme, "completamente único e não tradicional".

A Academia de Ciências e Artes Cinematográficas se negou a comentar ou rever a decisão. Assim, coube a uma fonte ligada ao Sindicato dos Produtores dos Estados Unidos colocar um ponto final na discussão, resumindo, sem papas na língua, o pensamento que guia a decisão do PGA e que está sendo considerada pela direção do Oscar: "[A participação deles] é muito nobre, mas nao é produzir. Eles trabalharam na preparação de elenco? Eles saíram de suas poltronas todas as noites, congelando seus traseiros em filmagens noturnas? Isso é produzir!"

Os indicados ao Oscar 2015 serão revelados na próxima quinta-feira, 15 de janeiro. A cerimônia de entrega dos prêmios acontece no dia 22 de fevereiro, em Los Angeles.

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