Ok, os números de 2014 ainda não estão fechados. Mas nem um golpe de Decepticon poderia mudar as posições no ranking dos filmes de maior bilheteria em um ano especialmente ruim para o cinema. Estima-se que o ano passado tenha sido o pior em termos de público em duas décadas nos Estados Unidos.
Segundo a publicação The Hollywood Reporter, 2014 foi o ano em que os norte-americanos menos compareceram às salas de cinema desde 1995: estima-se que “apenas” 1,26 bilhões de ingressos tenham sido vendidos no mercado estadunidense – pouco abaixo dos 1,28 bi de 2011, para relativizar, mas ainda assim a menor taxa em duas décadas. O resultado deve levar a uma queda de cerca de 6% na arrecadação em relação a 2013.
Por quê tão pouca gente deu as caras? Pirataria? Crise econômica? Pode-se dizer que a culpa é das estrelas (do cosmos), uma vez que fica difícil explicar um resultado aquém do esperado – de novo, nos EUA – de filmes como O Espetacular Homem-Aranha 2 - A Ameaça de Eletro, Transformers: A Era da Extinção, e Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 em relação aos seus antecessores.
A especulação mais forte, consenso entre os executivos (os dos estúdios e os de Wall Street), vai na linha de um line-up fraco. “Trabalhamos com conteúdo e tivemos nossos altos e baixos esse ano”, disse, à publicação, o responsável pela distribuição da Warner nos EUA, Dan Fellman.
Enquanto a nova aventura de Katniss Everdeen (lançada em novembro) é apenas o segundo filme a ultrapassar, nos EUA, a marca de US$ 300 milhões* (o primeiro foi Guardiões da Galáxia, líder do ano no mercado americano!), em 2013 quatro filmes haviam superado a barreira dos US$ 400 milhões (Jogos Vorazes - Em Chamas; Homem de Ferro 3; e Frozen – Uma Aventura Congelante).
Se há uma boa notícia para os americanos, ela se deve ao fato de que os filmes lançados no segundo semestre conseguiram amenizar os resultados negativos do início do ano – 15% piores nos primeiros meses de 2014 em comparação com o ano anterior. A expectativa, agora, no mercado interno deles, é que o ano termine com uma arrecadação total de US$ 10,4 bilhões (2013 fechou com 10,9).
Dá-lhe China.
Mundialmente, o cenário não chega a ser um conto de fadas da Disney, mas certamente é menos assustador do que um mundo dominado por chimpanzés enfurecidos, e o mercado internacional serviu para compensar as perdas do desempenho de Hollywood dentro dos Estados Unidos.
Prova disso é a performance do último Transformers. Na terra de Obama, a supermegahiperprodução de Michael Bay foi “apenas” a quinta maior bilheteria do ano, tendo arrecadado pouco mais de US$ 245 milhões; enquanto ao redor do globo, foi o único filme a superar o US$ 1 bilhão de arrecadação (US$ 300 mi só na China!)
Outro exemplo é No Limite do Amanhã, que arrecadou pouco mais de US$ 100 mi nos Estados Unidos (a 29ª bilheteria por lá), mas entra para a lista dos 20 maiores de 2014, comprovando que Tom Cruise ainda é um hitmaker - pelo menos fora dos EUA.
Mesmo assim, em 2013, dois filmes entraram para o clube do bilhão: Frozen (US$ 1,274) e Homem de Ferro 3 (1,215) – e dois encostaram na marca (Meu malvado Favorito 2, com US$ 970; e O Hobbit: A Desolação de Smaug, US$ 958).
E 2015?
A lista a seguir compreende as maiores bilheterias no mundo, considerando os ingressos vendidos no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2014. Como alguns filmes estrearam recentemente ou ainda estão em cartaz (caso de O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos, Operação Big Hero ou do próprio Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1), esses certamente encerrarão a carreira com resultados melhores ainda.
E 2015 promete, afinal, vêm aí: Velozes & Furiosos 7 (2 de abril); Os Vingadores 2: A Era de Ultron (30/04); Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros (11/06); Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 2 (19/11); Star Wars - O Despertar da Força (17/12); e, por que não, Cinquenta Tons de Cinza? Afinal, desde que o mudo é mundo, sexo vende.
*Fonte Box Office Mojo