Mais um filme foi afetado pelo clima de insegurança que se instaurou em Hollywood desde que hackers supostamente ligados ao governo da Coreia do Norte atacaram a Sony Pictures por causa do filme A Entrevista, comédia com James Franco e Seth Rogen em que o governo dos Estados Unidos inicia uma incomum missão para matar Kim Jong-un, presidente norte-coreano.
O suspense Pyongyang, que teria a direção de Gore Verbinski e seria estrelado por Steve Carell, não será mais rodado. O filme seria produzido pela New Regency e as filmagens começariam em março de 2015, mas a Fox se recusou a distribuir o longa-metragem.
Verbinski, diretor de três primeiros filmes da franquia Piratas do Caribe e da animação vencedora do Oscar Rango, expressou seu descontentamento e frustração com a decisão de descontinuar o projeto em comunicado oficial. "O que eu penso: Eu acho irônico que o medo esteja eliminando a possibilidade de contar histórias que retratem nossa habilidade de superar o medo".
A atitude da Fox de não distribuir Pyongyang foi tomada com base na represália que a Sony sofreu por inicialmente insistir em lançar A Entrevista. Hackers de um grupo denominado "Guardians of Peace" fizeram um ataque virtual ao estúdio e vazaram e-mails confidenciais dos executivos, que causaram constrangimentos com Obama e Angelina Jolie e revelaram planos do estúdio para os próximos anos; relatórios de finaças do estúdio; o rascunho do roteiro do próximo filme do James Bond e uma série de filmes ainda inéditos, como Corações de Ferro, Still Alice e Annie. A Sony decidiu finalmente desistir de lançar A Entrevista quando o grupo de hackers divulgou um comunicado ameçando ataques em cinemas: "O mundo será tomado pelo medo. Lembrem-se do 11 de Setembro 2001".