Desde que falou muita besteira sobre os judeus e foi preso por dirigir embriagado, em 2006, Mel Gibson tornou-se persona non grata em Hollywood. Os projetos minguaram como ator e a então ascendente carreira de diretor foi bruscamente interrompida. Nos últimos anos, Gibson foi resgatado em filmes como Machete Mata e Os Mercenários 3, interpretando vilões em ambos os projetos. Por mais que tenha se saído bem, o fato dos filmes não terem estourado fez com que o aguardado retorno não tivesse tanto estardalhaço assim. Até agora.
Disposto a retomar seu lado diretor, Gibson está em negociações para assumir um projeto que ronda Hollywood há 13 anos. Trata-se de Hacksaw Ridge, cinebiografia do herói de guerra Desmond T. Doss, que se recusou a usar armas enquanto serviu o exército americano durante a Segunda Guerra Mundial. Quem pode interpretá-lo nas telonas é Andrew Garfield, o atual Homem-Aranha.
Inicialmente nas mãos da Walt Disney Pictures, que pretendia ter Randall Wallace (Fomos Heróis) como diretor, Hacksaw Ridge acompanha como o recruta Doss sofreu nas mãos de seus colegas de armas, já que se recusava até mesmo a empunhar uma arma devido a questões religiosas. Trabalhando como médico, ele se tornou um herói de guerra ao salvar a vida de 75 pessoas durante a Batalha de Okinawa, no Japão, mesmo tendo sido ferido por uma granada e atingido por um atirador inimigo.
Os atuais responsáveis pelo projeto são os produtores David Permut e Bill Mechanic, que conseguiram o financiamento da Cross Creek Pictures. A intenção é que as filmagens aconteçam no próximo ano.
Caso realmente acerte com o longa-metragem, este será mais um papel pouco usual para Andrew Garfield. Reconhecido como o herói aracnídeo e seu alter ego Peter Parker, ele tem buscado diversificar a carreira ao estrelar filmes mais dramáticos, como 99 Homes (exibido nos festivais de Veneza e Toronto) e o ainda inédito Silence, onde é dirigido por Martin Scorsese. Até mesmo para aproveitar o tempo extra ganho até as filmagens de O Espetacular Homem-Aranha 3, cujo lançamento foi adiado para 2018.