A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo dedicou a noite de sábado, 25 de outubro, para homenagear o cineasta chinês Jia Zhang-ke, conhecido pelos trabalhos em Em Busca da Vida e Um Toque de Pecado. Foi apresentado o belo documentário Jia Zhangke, um Homem de Fenyang, dirigido pelo brasileiro Walter Salles. A sessão lotou o CineSESC e emocionou o público. Após o filme, foi lançado o livro O Mundo de Jia Zhangke, organizado por Salles e escrito pelo crítico francês Jean-Michel Frodon.
A programação do sábado começou com o terror/drama catalão O Medo, de Jordi Cadena. O filme se comunica bem com os brasileiros Trabalhar Cansa e Quando Eu Era Vivo, que investem num horror menos explícito e mais intimista. Aqui, temos uma família aterrorizada pela figura do pai. O dia deles só começa quando o patriarca sai para trabalhar. Peca ao ser óbvio demais, mas tem seus momentos.
Premiado no último Festival de Veneza, As Noites Brancas do Carteiro é um filme delicado e poético, que retrata o dia a dia de uma comunidade perdida no tempo no interior da Rússia. O único contato com o mundo exterior é através do carteiro local (Aleksey Tryapitsyn).
O nacional Obra foi outro filme conferido no dia. Dirigido por Gregório Graziosi, o longa conta com uma fotografia em preto e branco e é eficiente ao retratar a frieza da cidade de São Paulo. Conta com uma grande atuação de Irandhir Santos, que vive um arquiteto que encontra ossadas na obra que está começando.
O AdoroCinema viajou a convite da organização da Mostra.