Ele retorna à cidade onde cresceu para participar do funeral da mãe e, para encontrar a paz dentro de si mesmo, vai ter que confrontar o passado em família. A sinopse genérica tanto poderia estar associada ao drama com traços de comédia O Juiz, quanto a esta comédia com ares de drama intitulada Sete Dias Sem Fim, que teve sua estreia mundial no Festival de Toronto.
Acontece que, se o objetivo desses filmes é emocionar (se não, por quê seria?), digamos que o riso provocado pelo filme de Shawn Levy se mostra um método muito mais eficaz de tocar o coração do espectador do que o choro induzido pela produção do Team Downey.
Sete Dias Sem Fim reúne um elenco estrelar da comédia acostumado a trabalhar junto (uma espécie de team Saturday Nigh Live contemporâneo), como Jason Bateman (Arrested Development), Tina Fey (30 Rock), Kathryn Hahn (sempre coadjuvante, sempre engraçada), Rose Byrne (Vizinhos) e Ben Schwartz (Parks and Recreation), aos quais se juntam nomes que têm feito sucesso tanto no cinema quanto na TV: Adam Driver (Girls), Corey Stoll (House of Cards), Dax Shepard (Parenthood, também no elenco de O Juiz), além da lenda Jane Fonda, entre outros.
Depois da morte do pai (e não da mãe, como em O Juiz), quatro irmãos (Bateman, Fey, Driver e Stoll) se reúnem para uma cerimônia judaica de luto que dura sete dias (Shivah). E, do convívio forçado, vão repensar o rumo de suas vidas. "É uma personagem tão diferente das que já interpretei, mas ao mesmo tempo parecida, porque ela é bem sarcástica", resumiu Fey, em entrevista no tapete vermelho. Fonda faz a mãe, um tipo espevitada.
Baseado no livro homônimo de Jonathan Tropper, que também assina o roteiro, o texto traz situações imprevisíveis e ótimas piadas. É certo que há um exagero ou outro, sobretudo no humor físico (da mesma forma como vez ou outra O Juiz soa sincero).
Shawn Levy já havia feito muita gente rir com filmes como a série Uma Noite no Museu, A Pantera Cor-de-Rosa, Doze É Demais, Recém-Casados. Pois agora, além de rir, ele consegue fazer o público também chorar. Sem lançar mão de artificialismos.