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    Veneza 2014: Filme japonês choca ao mostrar a guerra sem concessões

    Nobi, dirigido por Shiniya Tsukamoto, é um dos filmes mais impactantes da programação do Festival de Veneza deste ano.

    Filmes de guerra há aos montes, sobre os mais diversos conflitos provocados pela humanidade ao longo da história, mas poucos são aqueles que conseguem proporcionar uma imersão tão intensa quanto faz Nobi, novo longa-metragem do diretor japonês Shinya Tsukamoto.

    Exibido ontem à noite em sessão de gala, Nobi é um filme impressionante e, ao mesmo tempo, desagradável. Tsukamoto faz questão de deixar o espectador desconfortável durante toda sua duração, explorando com precisão a tensão provocada pela câmera na mão aliada a uma fotografia belíssima e de cores fortes, de forma a ressaltar o horror da guerra. Junte-se a isso sequências inteiras em primeira pessoa, onde o protagonista se vê perdido em meio à selva, e um som poderoso, também para ressaltar o pânico existente.

    A história gira em torno de um soldado japonês que, já no fim da Segunda Guerra Mundial, se vê perdido em uma selva nas Filipinas. Em meio a doenças e ataques aéreos constantes, há também a falta de comida e a loucura cada vez maior dos sobreviventes, que também se tornam ameaças reais.

    Violentíssimo, Nobi é um filme para quem tem estômago forte. Pela coragem em tamanha exposição e também a capacidade em recriar um ambiente tão desesperador (para o soldado e para o público), o longa-metragem já é apontado como forte concorrente aos prêmios principais do Festival de Veneza. O resultado apenas será divulgado no próximo sábado, quando o presidente do júri Alexandre Desplat revelará os ganhadores do Festival de Veneza 2014.

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