O último dia da programação do Festival de Gramado contou não apenas com a exibição de Algunos Días Sin Musica e Esse Viver Ninguém Me Tira, encerrando as mostras latina e brasileira, respectivamente, mas também com uma homenagem a Walter Carvalho, consagrado diretor de fotografia que também tem se arriscado como diretor nos últimos anos. Ele recebeu o Troféu Eduardo Abelin, entregue a diretores, cineastas ou entidades de renome no cinema brasileiro.
"Achei que não iria me emocionar", disse Carvalho ao subir no palco do Palácio dos Festivais, após receber o troféu das mãos de seu irmão, o também diretor Vladimir Carvalho. "Foi meu irmão que aplicou esta substância no meu corpo e não tem cura. Na realidade, minha única cura é fazer cinema. Mas agora fica complicado, porque com ese troféu minha responsabilidade só aumenta", declarou.
Na coletiva realizada antes da cerimônia de premiação, Carvalho falou um pouco sobre a transição de diretor de fotografia para diretor. "Dirigir é uma das coisas mais difíceis do mundo. Não lembro quando foi a transição da fotografia para a direção. Nunca tive esta intenção, mas sem querer fui observando outros diretores quando fotografava e aconteceu. Mas uma coisa é certa: nunca abro mão de fotografar." Carvalho ainda ressaltou que, sempre que trabalha como diretor, contrata outra pessoa para cuidar da fotografia.
Atualmente, Carvalho trabalha na novela O Rebu. Alguns de seus próximos projetos no cinema são Uma Noite em Sampa, novo filme dirigido por Ugo Giorgetti, e o documentário A Queima Roupa, sobre a corrupção na polícia do Rio de Janeiro nas últimas duas décadas. Ambos ainda não têm previsão de lançamento.