No penúltimo dia da mostra competitiva, o Festival Guarnicê 2014 reservou algumas surpresas para o público, tanto nos curtas quanto nos longas-metragens.
Entre os curtas, a quinta-feira foi o dia mais fraco da competição. Está começando a se desenhar no festival uma escolha por grandes produções de ficção de fora do Estado, e pequenas produções sociais - especialmente documentários - maranhenses, compondo um conjunto bastante peculiar. O paulista Dia Estranho traz atores famosos (Igor Cotrim, Paulo Miklos) e efeitos profissionais, mas um roteiro fraquíssimo, pouco plausível. A animação gaúcha Hotel Farrapos (foto acima) também apresenta um trabalho estético impressionante, a serviço de um roteiro pouco desenvolvido. O maranhense Vontade correspondeu à cota diária de filmes pseudo-filosóficos, e outro curta local, Ruas, foi marcado pela ideia interessante de buscar a origem dos nomes das ruas de São Luís, embora os quesitos técnicos sejam deficientes. O filme mineiro Tormenta foi provavelmente o melhor do dia, com belas fotografias e atuações.
Mas a grande surpresa do festival foi o belíssimo documentário Mataram Meu Irmão, de Cristiano Burlan. O diretor apresenta com uma sinceridade brutal a história de sua família, sem condescendência nem sentimentalismo. Além de apresentar depoimentos excelentes, o filme também traz momentos poéticos e mesmo engraçados equilibrando o teor sombrio da história. Confira a nossa crítica. Depois deste filme, certamente o melhor do Guarnicê 2014 até agora, a noite de sexta-feira vai apresentar o último longa-metragem em competição: a ficção maranhense Escolha Seu Caminho, de Alcino Silva Davemport.