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    Paulínia 2014: Michael Madsen, de Kill Bill, quer cantora Rihanna em filme que ele mesmo escreveu

    Em papo exclusivo com o AdoroCinema no festival, o simpático ator falou sobre o novo filme do Tarantino, sobre o Brasil e mandou um recado.

    O Brasil não é um território necessariamente inexplorado para o ator Michael Madsen. Pela primeira vez em Paulínia, para participar da 6ª edição do festival de cinema, ele já havia filmado no país o longa Federal (2006), do brasileiro Erik de Castro, e também participou da edição de 2010 do Festival do Rio, para divulgar o filme.

    De passagem pelo município paulista, onde, sem apresentar nenhum filme, esteve presente para imprimir sua marca na Calçada da Fama do Polo de Paulínia, nesta quarta-feira, 23, o solícito Mr. Blonde de Cães de Aluguel conversou rapidamente com o AdoroCinema. Ele falou sobre seus próximos projetos (está credidato em mais de 20 produções no IMDb, só considerando o biênio 2014/ 2015), incluindo o novo filme do Quentin Tarantino. Ele também falou sobre o que pensa do Brasil - depois de tirar fotos com uma legião de fãs.

    No fim, o Budd de Kill Bill pediu para o repórter religar o gravador, para dar um recado.

    AdoroCinema: você está escalado para o filme novo do Quentin Tarantino, The Hateful Eight. O que pode adiantar sobre a produção?

    Michael Madsen: é um faroeste e eu interpreto um cowboy. Não é como nenhum faroeste que eu tenha visto antes – acho que não é nada como alguém tenha visto antes –, é brilhante e, vamos falar a verdade?, ele  (Tarantino) é o maior diretor de sua geração. Eu me sinto abençoado por fazer parte. Eu não posso entregar a história porque não seria correto. (O roteiro) foi apresentado ao vivo no palco em Los Angeles (depois de vazar), mas foi uma apresentação do primeiro rascunho. Toda a história foi reescrita desde então. Acontece logo depois da Guerra Civil (norte-americana, 1861 a 1865) e lida com um monte de questões. Eu não saberia nem por onde começar a descrever, eu não conseguiria. Estou ansioso. Tudo que ele faz é brilhante, ele é uma inspiração como cineasta.

    AC: quando começam as filmagens?

    MM: eu ouvi dizer que será entre dezembro e janeiro de 2015. Provavelmente vai haver algum ensaio antes. E o filme deve ser lançado em setembro do próximo ano.

    AC: você está creditado em mais de 20 produções no portal IMDb. Quais destacaria?

    MM: estou fazendo uma comédia para o Ben Stiller, que está produzindo, para o (canal de TV) Comedy Central. Tem o nome de Hollywood Big Shots. Também participei de um videoclipe, da rapper Iggy Azalea, com a cantora Rita Ora (inspirado no filme Kill Bill) e ficou bem bacana. Fiz um filme em Las Vegas chamado Death in the Desert (Morte no Deserto), que ainda não foi lançado. É dirigido por Josh Evans, que atuou em Nascido em 4 de julho. Fiz um filme chamado Lumberjack Man, que é uma grande comédia sobre um bando de adolescentes que é assassinado na floresta por um monstro (risos) e eu faço um detetive desastrado. Eu tento me manter ocupado, entende? Estou tentando pagar as contas.

    AC: você também é produtor e escritor. Tem algum projeto próprio?

    MM: eu tenho alguns roteiros que escrevi. Por exemplo, estou tentando fazer um filme chamado Straight Bullet, que é uma daquelas histórias de detetive, que estou louco para realizar. E estou louco para trazer a Rihanna para o projeto, para interpretar a garota principal.

    AC: essa é sua terceira vez no Brasil. O que acha do país?

    MM: eu amo poder participar de uma outra cultura. Quando você vive em Los Angeles, vive em uma bolha. E parece que todo mundo de lá se esquece de que do lado de fora existe um grande mundo. É curioso pensar que muitos deles nem sabem que tem todo um mundo novo lá fora.

    AC: mas o que o Brasil teria de diferente?

    MM: a bondade. Todo mundo parece ter um grande senso de humanidade, é possível sentir isso. É difícil dizer, é como se eu me sentisse cada vez menos americano. Eu não quero denegrir meu próprio país, mas ele está sendo governado pela mediocridade e pela realidade da TV. Há muitas notícias ruins no noticiário e eu acho que elas estão se perdendo. E o povo do seu país me faz sentir bem-vindo. A mulher do Danny (Glover, que também esteve presente no festival) é brasileira e ela é super gente boa. Rico (o promoter de lutas e produtor de filmes brasileiro Frederico Lapenda) tem sido um grande amigo meu. O prefeito (o ex-prefeito de Paulínia, Edson Moura), é uma figura. Ele me lembra alguns tipos de (personagens) de filmes antigos, tipo quando você assiste a um filme sobre o Brasil, algum filme preto e branco dos anos 1950. Ele é como um líder das antigas. Ter sido convidado por ele foi uma tremenda honra.

    Depois da entrevista, em um outro momento, o ator topou com a reportagem do AdoroCinema em um corredor qualquer, se dirigiu ao repórter e sugeriu que ele religasse o gravador.

    "E se as pessoas, de repente, descobrissem que, quanto mais amor dedicarem às outras pessoas, mais longamente viverão? Consegue imaginar o quanto as pessoas passariam a tratar as outras melhor?", perguntou ele. "Essa é a história de um filme?, indagou ingenuamente o repórter. "Ainda não. Mas é uma história de vida", ensinou.

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