Na noite de segunda-feira, dia 21 de julho, foi dada a largada para a 37ª edição do Festival Guarnicê de Cinema, na cidade de São Luís. Diversos representantes políticos e patrocinadores do evento estavam presentes, para sublinhar a importância do festival organizado no Maranhão, "inegável berço cultural do país", como ressaltaram os participantes.
Como o festival é organizado em parceria com a universidade federal local, e às vésperas de eleições por todo o país, não surpreende que os discursos tenham adotado um tom otimista por parte dos representantes políticos, e crítico por parte dos organizadores. Em nome do governo do Estado, Olga Simão frisou a importância do Guarnicê para a formação de novas plateias, especialmente para a nova "geração mediatizada". Simão ainda afirma que quase 50% das escolas do Estado estão equipadas com recursos audiovisuais para facilitar o ensino.
Já o representante da prefeitura de São Luís, Francisco Gonçalves, mencionou as acusações que vem recebendo nas mídias sociais, de que não existe apoio à cultura na cidade. Ao invés de rebater as críticas, Gonçalves reconheceu a deficiência nesta área, dizendo que pretende implementar uma "política clara de fomento" ao invés da "simples agenda cultural" em vigor atualmente.
Além dos discursos de representantes da Petrobras e da Vale, parabenizando a visibilidade do cinema maranhense, chamou a atenção o pronunciamento de Natalino Salgado Filho, reitor da Universidade Federal do Maranhão, que aproveitou para cutucar os patrocinadores locais, sugerindo que sejam "mais generosos" e "menos tímidos" nos investimentos no próximo ano. A abertura, por fim, foi marcada tanto pela expressão de orgulho da cultura maranhense quanto pela denúncia de uma estrutura insuficiente para o desenvolvimento da mesma.
Em seguida, foi apresentado o filme de abertura, Tatuagem, de Hilton Lacerda. A história de amor e liberdade sexual durante os tempos da ditadura foi prestigiada por uma plateia lotada.
Hoje, terça-feira, serão apresentados longas-metragens como Junho, de João Wainer (fora de competição) e Triunfo, de Cauê Angeli (em competição), além da primeira sessão de curtas-metragens que competem pelo prêmio máximo.