No site do Grupo Estação, eles o definem como um “palácio cinematográfico”, “o cinema oficial do Festival do Rio”. Pois a partir desta quinta-feira, dia 5, o Cine Odeon, sob tutela da empresa, fecha suas portas para manutenção. Em princípio, temporariamente. Mas não há data prevista para o retorno.
A notícia do fechamento vasou em uma nota publicada no perfil do Facebook do Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas do Rio de Janeiro (SEECERJ) – da qual o grupo não é associado –, como “NOTÍCIA RUIM!!!! ENCERRA AS ATIVIDADES O CINE ODEON NA CINELÂNDIA”. Foi o suficiente para gerar uma grita enorme entre os comentários. O comunicado totalizava mais de 4,2 mil compartilhamentos até a manhã desta terça-feira.
“Sinceramente, é uma tristeza o tamanho descaso com uma história tão rica”, comentou uma leitora. “Querem nos obrigar a entrar na engrenagem compulsiva dos cinemas de shopping, aumentando assim o lucro do comércio”, reclamou outro.
Procurada pelo AdoroCinema, a assessoria do Grupo Estação usou como argumento oficial um comentário no mesmo post do SEECERJ feito por um dos sócios da empresa, Marcelo França Mendes, que se apressou em esclarecer os motivos: "em princípio o fechamento é provisório. O Odeon completará 90 anos em 2016 e um senhor dessa idade precisa de ‘check up’ periódico. Temos muitas coisas de manutenção urgentes a serem feitas e optamos por fechar durante a Copa porque, se houver manifestações como no ano passado na Cinelândia, nem valeria a pena abrir. Não há data ainda de reabertura porque ainda estamos fechando o patrocínio para essas intervenções. Mas por enquanto ainda não é THE END."
Nem mesmo a realização do Festival do Rio na tradicional sala está garantida. “Tudo vai depender de conseguirmos recursos para a manutenção”, explicou Marcelo em entrevista ao jornal O Globo. O Anima Mundi, que começa no próximo mês de julho, é outro evento da cidade que será prejudicado pelo fechamento das portas do cinema.
Inaugurado em 1926, o Cine Odeon foi reaberto pelo Grupo Estação em 1999, com o patrocínio da Petrobras, que arcava, junto com a arrecadação da bilheteria, com as despesas mensais da ordem de R$130 mil, segundo a mesma publicação. É (ou era) o último cinema de rua da região da Cinelândia que, não por acaso foi batizada assim, por ter abrigado mais de dez salas cinematográficas no passado.