Ken Loach está de volta ao Festival de Cannes! O veterano diretor, cujo currículo possui 15 participações no tradicional festival, apresentou hoje seu novo longa-metragem, Jimmy's Hall. Como de costume, uma história com uma boa pitada política.
Desta vez, o diretor voltou seu olhar para a Irlanda de 1932, uma década após a guerra civil local. É neste período que retorna ao país Jimmy Gralton (Barry Ward), que viveu os últimos 10 anos em Nova York. Com um gramofone na bagagem, ele resolve abrir um local onde as pessoas possam se divertir e aprender a dançar. Só que a iniciativa não agrada nem um pouco a igreja, especialmente um veterano padre, que passa a considerá-lo comunista e uma espécie de anticristo.
Por mais que seja baseado em fatos verídicos, é impossível não lembrar de Footloose ao assistir o longa-metragem. Loach consegue mesclar com habilidade o lado politico, ressaltado na perseguição sofrida por Jimmy, com a leveza decorrente da própria música. Inclusive, a imprensa internacional gostou tanto da trilha sonora que ficou batendo palmas, seguindo seu ritmo, juntamente com a canção que acompanha os créditos finais.
"Esta história demonstra o quão errada é a ideia de que a esquerda seria amarga e sem espírito, ou contra a alegria e a diversão. Ela também mostra como a religião pode se unir aos interesses econômicos, quando lhe convém", disse o diretor na coletiva de imprensa realizada hoje.
Inicialmente Jimmy's Hall seria o último filme da carreira de Loach, atualmente com 77 anos. Mas ele mesmo já não coloca a aposentadoria como algo certo. "Primeiro irei acompanhar a Copa do Mundo, depois veremos o que o outono trará." Loach, fanático por futebol, já fez dois filmes onde o esporte tem papel importante: Meu Nome é Joe e À Procura de Eric.