Conhecido do grande público pelo trabalho em O Último Samurai, Batman Begins e A Origem, Ken Watanabe volta aos cinemas brasileiros na pele do Dr. Daisuke Serizawa, de Godzilla. O ator falou ao AdoroCinema sobre a importância do monstro no Japão e ainda se mostrou feliz ao trabalhar com nomes como Bryan Cranston e Sally Hawkins. Confira a entrevista completa!
O tema do filme é bem interessante, com seu personagem falando sobre o fato da natureza sempre encontrar uma maneira de equilibrar as coisas...
Você já explicou tudo. Ok, obrigado. (risos)
Pode nos dizer o que atraiu você neste projeto?
Quando conheci Gareth pela primeira vez, ele me contou sobre a sua visão para o filme e os temas que ele queria trazer para a narrativa. Você sabe, este ano marca o sexagésimo aniversário de Godzilla (1954), o primeiro, o filme original. Godzilla nasceu após a Segunda Guerra Mundial, em 1954, por causa do medo. As pessoas ficaram fascinadas com armas nucleares. Recentemente no Japão, tivemos experiências com o colapso de uma usina nuclear devido a um grande terremoto e tsunami. E mesmo depois de 60 anos, temos o mesmo medo e as pessoas podem ficar fascinadas por Godzilla da mesma forma. Depois de todos esses anos, as coisas que nos aterrorizam não mudaram. É realmente interessante. Assim, como qualquer ator japonês, eu queria participar deste projeto.
Qual sua memória mais antiga do Godzilla?
Eu não vi o original na época. Ele saiu antes de eu nascer. Depois disso, tiveram talvez cinco ou seis filmes de Godzilla contra alguns desses monstros diferentes. É uma boa coisa ter esses filmes que as crianças gostam, filmes de monstros, mas depois de todos esses anos é bom ter um tipo diferente de tema. Quando eu vi esse filme, eu tive uma sensação muito semelhante ao primeiro e pensamentos mais profundos sobre o significado de Godzilla. Ele (o novo) até parece original. O rugido do Godzilla, para mim, dá a ideia de que ele está nos repreendendo pela insensatez da humanidade. É como se Godzilla existisse como um símbolo da consciência da humanidade, ou algo assim, certo? É um rugido muito forte, que envolve alguma tristeza.
Pode falar sobre como foi trabalhar com Sally Hawkins, que interpreta sua colega, a Dra. Graham?
Ela é incrível. Está sempre trabalhando em filmes independentes. Este pode ser seu primeiro grande filme de estúdio. Tivemos tantas cenas em CGI com esta criatura, mas ela era tão criativa e inteligente. Nós sempre conversávamos sobre como lidar com essas situações estranhas. Então, tivemos alguns grandes momentos um com o outro. Foi muito interessante.
E o trabalho com Bryan Cranston? Você assistiu Breaking Bad ou estava ciente da fama dele neste momento?
Sim! Mas ele não age como se fosse uma grande estrela. Ele é muito generoso e gentil, muito amigável, e nós conversamos muito sobre atuarmos juntos. Nós realmente gostamos de trabalhar um com o outro.
Na sua opinião, o que se destaca nesta versão que a tornou diferente de todas as outras?
Não há necessidade de ser diferente. Apenas original. Não há necessidade de comparar.
Quais seus próximos projetos?
No momento, apenas um filme pequeno e independente que eu quero fazer com Matthew McConaughey. Há três atores. Sem CGI. É chamado Sea of Trees.