A Grande Vitória chega hoje aos cinemas brasileiros, marcando a estreia na direção do jovem Stefano Capuzzi. O AdoroCinema conversou com exclusividade com o diretor e o bate-papo você confere logo abaixo.
Como nasceu o projeto?
Eu tinha me formado em cinema e feito alguns curtas-metragens, e estava procurando livros para adaptar para o cinema. Numa manhã, eu peguei uma carona com a minha mãe, ela ligou o rádio e o Max Trombini estava falando sobre o livro dele, Aprendiz de Samurai, que tinha acabado de sair. Isso foi em 2011. Por coincidência, o Max dava aula em uma academia de judô muito perto da minha casa. Minha mãe que me sugeriu, disse que o livro parecia bacana, falando de valores universais, família, essas coisas. Eu comprei o livro e gostei bastante da história, que realmente tinha elementos muito legais. Bati na academia do Max e fui falar sobre a ideia de transformar aquele livro num longa. Ele topou e no dia seguinte eu já estava filmando uma espécie de documentário, para conhecer aquelas pessoas, as locações e me ajudar no desenvolvimento do roteiro. Quis me aprofundar bem no universo dele. Depois disso, eu levei mais ou menos um ano desenvolvendo o roteiro. Eu era estagiário do Fernando Meirelles à época e ele começou a dar uma força para o filme e passamos a procurar elenco, locação etc. Isso levou quase dois anos e em 2013 começamos a pré-produção. O Caio Castro começou a treinar com o Max em janeiro e o início das filmagens foi em março.
Fale um pouco mais sobre este surgimento do projeto. Como foi convencer a O2 de produzir o filme?
Eu comecei como estagiário da O2 em 2008 e todo final de ano a gente tinha a oportunidade de preparar um vídeozinho com os números da empresa e era uma janela para você mostrar o seu trabalho. Eu fiz um desses curtinhas e ficou bem legal. Nisso, o Fernando me chamou para ser estagiário dele em 360. Tive uma aproximação maior com ele nesta época e conversei sobre este interesse de fazer um longa, falei do livro. Ele explicou que fazer um longa não era tão simples e passei mais um tempo desenvolvendo e sempre conversando com ele. Até que chegou uma hora que o roteiro estava pronto e o elenco estava escolhido, aí entra o apoio dele. Foi muito importante para o projeto, ajudou a dar credibilidade e deu muitos concelhos. Sou muito grato.
Como foi a seleção do elenco?
Quando começamos a selecionar o elenco, decidimos procurar pessoas que tivessem uma semelhança com os personagens que fossem interpretar. No caso do Tato Gabus Mendes não foi diferente. Os diálogos dele no filme sempre passam ensinamentos, mensagens. Então, procuramos um ator que tivesse uma credibilidade bem grande com o público. O Tato foi a primeira pessoa que veio na nossa cabeça. Falamos com ele, que entendeu muito bem qual era a proposta, o espírito do personagem. Ele mergulhou de cabeça e ficamos muito felizes com o resultado. No caso do Moacyr Franco foi a mesma coisa. A figura do avô tinha que ser um pouco paterna e tinha que enxergar o mundo de uma maneira diferente. O Moacyr Franco tem muito disso. Quando você está perto dele as coisas ficam mais leves. Vê humor em tudo.
E por que as escolhas do Ratinho e da Sabrina?
O Ratinho foi porque o personagem tinha que ser aquele amigo, comerciante, que ajuda todo mundo. Acho que foi uma escolha muito legal. Foi muito interessante gravar com ele. Foi a cena mais rápida do filme. A agenda dele é bem cheia, então ele chegou e em uma hora já havia feito tudo. Foi muito legal. O personagem do Max é determinado, que segue uma trajetória e vê o mundo de forma muito séria, sem tempo para alegrias. A personagem da Sabrina entra na vida dele e mostra uma nova maneira de enxergar o mundo. Tinha que ser uma pessoa leve, espontânea, alegre, otimista e oriental. Então, a pessoa que veio na nossa cabeça foi a Sabrina Sato. Ela se dedicou muito. Estava um pouco insegura em fazer um drama, mas acho que fizemos um trabalho bem legal com ela.
Qual a expectativa para o lançamento do filme?
Estou muito feliz de ter conseguido terminar e lançar o filme. Vou te dizer que não sei, vamos ver o que vai acontecer. Estou muito feliz. Entregamos o filme. O resto não está nas nossas mãos. Espero que o público se identifique.
Já tem algum novo projeto?
Estou escrevendo alguns roteiros. Tem um bem legal que eu estou fazendo que é uma ficção científica. Quero aprender a trabalhar com efeitos, ver como funciona esta coisa de chroma key.