A última noite do Cine PE 2014 foi marcada por três homenagens. Duas já estavam previstas: ao ator, diretor e crítico José Wilker, e ao filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, que completa 50 anos este ano.
A terceira foi por causa de uma fatalidade, a morte do crítico baiano João Carlos Sampaio, que cobria o evento. Foi exibido um pequeno vídeo sobre ele e, por dois momentos, profissionais da Abraccine, associação de críticos que ajudou a fundar, subiram ao palco para lembrarem o amigo. Na entrega do prêmio da crítica, que foi para o português E Agora? Lembra-me, os jurados aproveitaram um texto de João como justificativa: "Dores no corpo e na alma diante da angústia de ter os dias contados... e esse dolorido confrontado com um estranho ‘carpe diem’. Um jeito de lidar com o tempo que resta, que não se submete ao desespero pela alegria, ou ao arrebatamento da festa, mas por algo que é quase o oposto da euforia. Uma celebração quase religiosa do tempo, como se um dia inteiro coubesse numa tarde morna, acomodada em afetos demorados, intensos sentimentos e silêncios... Tô falando de E Agora? Lembra-me, filme do português Joaquim Pinto, exibido no 18º Cine PE. Coisa finíssima!"
Na competição principal, o grande vencedor foi Muitos Homens Num Só, que levou nada menos que dez prêmios. A co-produção Brasil e Chile Romance Policial levou três troféus, enquanto que o italiano Anos Felizes ficou com dois e mais uma menção honrosa.
Confira todos os ganhadores da 18ª edição do festival, que contou mais uma vez com cobertura do AdoroCinema:
Melhor Filme: Muitos Homens Num Só
Melhor Direção: Mini Kerti (Muitos Homens Num Só)
Melhor Ator: Vladimir Brichta (Muitos Homens Num Só)
Melhor Atriz: Alice Braga (Muitos Homens Num Só)
Melhor Ator Coadjuvante: Alvaro Rudolphy (Romance Policial) e Pedro Brício (Muitos Homens Num Só)
Melhor Atriz Coadjuvante: Roxana Campos (Romance Policial) e Pia Engleberth (Anos Felizes)
Melhor Roteiro: Leandro Assis (Muitos Homens Num Só)
Melhor Fotografia: Luis Abramo (Romance Policial)
Melhor Direção de Arte: Kiti Duarte (Muitos Homens Num Só)
Melhor Trilha Sonora: Dado Villa-Lobos (Muitos Homens Num Só)
Melhor Edição de Som: Tomás Alem (Muitos Homens Num Só)
Melhor Montagem: Mirco Garrone (Anos Felizes)
Prêmio do Júri Popular: Muitos Homens Num Só
Prêmio da Crítica – Júri da Abraccine: E Agora? Lembra-Me (Portugal).
Menções Honrosas
“Para o filme O Menino do Espelho, de Guilherme Fiúza Zenha (MG), por ampliar a proposta de uma produção brasileira que destaca fatos da história nacional para um público infantil”.
“Para o elenco infantil dos filmes Anos Felizes, de Daniele Luchetti (Itália), e O Menino no Espelho, de Guilherme Fiúza Zenha (MG), em especial para o ator mineiro Lino Facioli.”
“Mundo Deserto de Almas Negras, de Ruy Veridiano (SP), pela inventividade e ousadia ao construir um filme que utiliza o espírito ‘DJ’ na construção de sua narrativa.”