por Lucas Salgado
Foto: © Beni Jr/Universo Produção
Após começar com o pé direito com o terror Quando Eu Era Vivo, exibido na sexta, a 17ª Mostra de Cinema de Tiradentes teve uma programação movimentadíssima em seu segundo dia. Logo pela manhã foi realizado o seminário Processos Audiovisuais de Criação: Outros Modos, mediado pelo crítico Pedro Maciel Guimarães e com a participação do curador Cleber Eduardo, o cineasta Cristiano Burlan e o professor Denílson Lopes. A mesa debateu o cinema brasileiro contemporâneo e o processo de produção através de coletivos.
Na sequência ocorreu um debate sobre a obra de Marat Descartes, grande homenageado da mostra. A mesa mediada pelo crítico Daniel Schenker contou com as presenças de Gero Camilo, Gustavo Galvão, Marco Dutra e Paula Cohen, além de Marat.
Por sinal, Marat Descartes continuou sendo o grande destaque do evento neste segundo dia. Ele apresentou ainda uma sessão de curtas em sua homenagem, o média E Além de Tudo Me Deixou Mudo o Violão (foto acima) e o longa Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa. Dirigido por Anna Muylaert, o primeiro é um drama interessante sobre uma inglesa (Naomi Silman) que tem dificuldades de se adaptar ao Brasil e acaba cedendo ao alcoolismo. Sua filha (Daniela Piepszyk) sofre muito com a situação e só consegue um pouco de paz ao começar a estudar violão.
Já Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa traz Marat no papel de um cafajeste de marca maior. O longa tem alguns problemas de ritmo, mas possui um visual interessante e boas atuações. Dirigido por Gustavo Galvão, o filme foi exibido logo após o documentário A Gente, em que Aly Muritiba continua sua trilogia sobre o sistema carcerário após os curtas A Fábrica e Pátio.
Enquanto o Cine Tenda contava com uma programação repleta de longas e curtas, o Cine Praça abrigou apenas uma sessão. A população de Tiradentes lotou a praça central para conferir Cidade de Deus - 10 Anos Depois, de Cavi Borges e Luciano Vidigal. Faltou lugar no espaço, com muita gente se acomodando no chão para conferir o doc que mostra o que aconteceu com os atores de Cidade de Deus dez anos após o lançamento oficial.
A noite de sábado foi encerrada por Depois da Chuva (foto), vencedor de três troféus no Festival de Brasília. O longa oferece um olhar bem peculiar sobre o movimento das Diretas Já e a eleição de Tancredo Neves. Tais assuntos surgem através de imagens de arquivo, enquanto que a ação principal seguia a jornada de um jovem em Salvador no mesmo período. Dirigido por Cláudio Marques e Marília Hughes, o filme conta com uma marcante atuação do jovem Pedro Maia.
O AdoroCinema viajou a convite da organização do evento e abaixo você confere nossa cobertura diária.
Leia mais:
Começa a 17ª Mostra de Cinema de Tiradentes
Mostra Tiradentes: Quando Eu Era Vivo e homenagem a Marat Descartes movimentam noite de abertura