por Bruno Carmelo
A atriz Norma Bengell, que lutava há meses contra um câncer de pulmão, faleceu na quarta-feira, aos 78 anos de idade. Ela apresentava sérios problemas de saúde desde 2010, quando voltou à televisão para falar sobre suas dificuldades financeiras.
Norma foi uma das grandes atrizes do Cinema Novo e dos filmes populares da Atlântida, atuando em Os Cafajestes (1962), O Pagador de Promessas (1962, e única produção brasileira vencedora da Palma de Ouro em Cannes) e A Idade da Terra (1980), controverso filme de Glauber Rocha. Muito elogiada por suas atuações, ela conquistou tanto o público quanto a crítica, sendo mencionada como musa do cinema brasileiro por publicações estrangeiras como a francesa Cahiers du Cinéma.
A atriz também se tornou diretora, com o drama Eternamente Pagú (1987) e O Guarani (1997), quando foi acusada de uso indevido de verbas públicas. Polêmica, ela falava abertamente sobre a perseguição que sofreu durante a ditadura e sobre os diversos abortos que fez. Bengell foi citada recentemente na campanha da então candidata à presidência Dilma Rousseff, que usou uma foto da atriz na Passeata dos Cem Mil, em 26 de junho de 1968.