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    Cine PE: José Wilker apresenta a comédia Giovanni Improtta

    Filme com o personagem da novela "Senhora do Destino" dá a largada no festival.

    por Francisco Russo

    Lampião; Lula, Matias, Vadinho e João Grilo; Pixote, Johnny, Chicó e Baiano; Zé Pequeno e Capitão Nascimento. Este time jamais jogou junto, mas foi escalado pela organização do Cine PE. Em um festival onde tudo busca a associação do futebol com o cinema, nada mais coerente do que convocar personagens famosos da sétima arte nacional para compôr um time fictício que represente o festival. Foi assim, unindo a bola e o cinema, que começou o Cine PE 2013.

    Foto: Mariana Guerra/Divulgação

    A primeira noite do festival teve início com a exibição de três curta-metragens e o longa de abertura, a comédia Giovanni Improtta. Entre os curtas, propostas bem diferentes ocuparam a tela do gigantesco Cine Teatro Guararapes, com capacidade para 2,4 mil pessoas. A equipe de 12:40, incluindo o diretor Dário Jr., subiu ao palco disposta a protestar contra o governo de Alagoas, devido à inexistência de um edital de fomento ao cinema local. Com faixas e gritos de protesto, arrancou aplausos do público. O mesmo não aconteceu quando o curta em questão foi exibido, devido às fragilidades técnica e de roteiro apresentadas.

    O destaque maior da noite ficou por conta do curta Íris, de Kiko Mollica. A história de um homem cego de nascença conquistou o público pela proposta estética - grande parte do filme tem as imagens embaçadas, como se fosse a visão do próprio protagonista - e também pelo desenrolar criativo da história. Os aplausos entusiasmados ao término da sessão são um indicativo que o curta está na disputa dos principais prêmios do evento.

    Já a animação Joana, de Daniel Pinheiro Lima, agradou devido ao traço leve usado no curta-metragem, que traz breves situações envolvendo uma menina de rua. Entretanto, soa mais como um exercício de animação do que propriamente um curta de maior pretensão.

    Foto: Mariana Guerra/Divulgação

    O momento mais esperado da noite de abertura era a exibição em primeira mão de Giovanni Improtta. Filme de estreia de José Wilker na direção, o longa-metragem resgata o personagem interpretado pelo ator na novela Senhora do Destino, aquele mesmo que ficou conhecido pelo bordão "felomenal". No palco, Wilker agradeceu a oportunidade e lembrou que deu seus primeiros passos como ator no Recife. "Divirtam-se com Giovanni", concluiu.

    Baseado no livro "Prendam Giovanni Improtta", escrito pelo novelista Aguinaldo Silva, Giovanni Improtta se baseia principalmente nas conhecidas gafes do personagem principal com a língua portuguesa, com direito a piadas de duplo sentido. A trama rocambolesca o coloca em diversas situações problemáticas, seja com a família, os colegas de trabalho ou funcionários, mas as dificuldades do filme com timing cômico e com um foco a seguir acabam comprometendo bastante o resultado final.

    Curiosamente, o maior destaque do longa-metragem veio de forma não-intencional. Em tempos de Feliciano, é impossível não associar o pastor interpretado por Thelmo Fernandes com o político que preside a Comissão de Direitos Humanos na Câmara dos Deputados. Uma cena em especial, na qual ganha um fora do personagem de Milton Gonçalves, foi bastante aplaudida pelo público - reflexo direto da politização do tema.

    A segunda noite do Cine PE trará a exibição de mais dois longa-metragens: o documentário Orgulho de Ser Brasileiro, de Adalberto Piotto, e a comédia Vendo ou Alugo, de Betse de Paula. Acontecerá ainda uma homenagem à atriz Marieta Severo, estrela principal de Vendo ou Alugo.

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