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    Exclusivo: Astrid Berges-Frisbey fala sobre A Filha do Pai, Piratas do Caribe e novos projetos

    A jovem atriz interpreta a personagem principal de A Filha do Pai, que estreia nesta sexta-feira. Em entrevista ao AdoroCinema, ele falou destas experiências e de sua visão do cinema.

    por Bruno Carmelo

    Aos 26 anos de idade, a atriz franco-espanhola Astrid Berges-Frisbey ainda não é muito conhecida no Brasil, mas ela tem despontado com um das apostas do novo cinema europeu. Depois de surpreender em Uma Barragem contra o Pacífico e ser chamada por Rob Marshall para interpretar a sereia de Piratas do Caribe - Navegando em Águas Misteriosas, Astrid conquistou seu primeiro papel principal em A Filha do Pai, que chega aos cinemas nesta sexta-feira.

    Neste drama, ela interpreta Patricia, a filha de um escavador de poços, em uma região pobre e rural da França pós-Segunda Guerra Mundial. Ela conhece um jovem rico e se apaixona por ele, mas as diferentes condições sociais dos dois impedem a relação amorosa. Em entrevista exclusiva ao AdoroCinema, durante o Festival Varilux de Cinema Francês, ela conversou mais sobre esta produção e sobre sua visão do cinema:

    Como surgiu a oportunidade de trabalhar no filme?

    O diretor Daniel Auteuil já tinha definido todo o seu elenco, porque ele já tinha filmado com todos os outros atores. Só faltava a garota. Eu fiz um teste de elenco com prazer, porque eu já conhecia este texto. Quando fiz aulas de teatro, este foi o primeiro texto que eu apresentei em cena. Desta vez, eu pude interpretar este personagem com um pouco mais de experiência.

    Como você se preparou para interpretar Patricia? Você assistiu ao filme original, de 1940, dirigido pelo próprio autor do livro?

    Daniel não queria que a gente visse o filme, e todos concordaram. Nós queríamos criar nossa própria versão. O desafio para compor Patricia era encontrar sua maneira de se expressar. Ela não tem o sotaque do sul, porque ela foi criada em Paris. A linguagem de Pagnol é típica do sul, então foi complicado descobrir como fazer o personagem falar sem o sotaque, e mesmo assim fazer parte desse contexto.

    O diretor nos deu um filme para ver, A Terra Treme, de Visconti. Esse era o grande filme de referência dele, pois existia um lado campestre, a sensação do preto e branco. Mas eu já conhecia bem o universo de Pagnol, então tive menos trabalho. O texto é tão bom, é fácil ser guiado por ele.

    Este foi o seu primeiro filme como protagonista nos cinemas. Você atuou com os maiores atores, desde cedo, como Isabelle Huppert em Uma Barragem Contra o Pacífico, e agora Auteuil em A Filha do Pai. Como foi esta experiência?

    Eu tenho muita sorte. Eu sempre filmei com os grandes atores, mesmo na televisão, quando filmei com Danielle Darrieux, Julie Depardieu e outros. Eu aprendi muito, mas também tive muito medo. Mas os maiores atores são sempre os mais generosos. Quando eu filmo com pessoas que eu admiro, eu vou às filmagens mesmo no dia em que não trabalho, para vê-los atuar. Quando eu estou com eles em cena, não dá para me concentrar na atuação deles.

    Você também atuou em Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas, mas você já disse que não tem o sonho de trabalhar em Hollywood.

    Às vezes eu me expresso muito mal! O que eu queria dizer, é que muitas pessoas têm esse objetivo, e eu não pensava nisso. Eu não falava inglês, e no meu caso foi uma surpresa quando o Rob Marshall me chamou. Eu aceitei como um bônus, um aprendizado.

    Eu posso dar a impressão de que eu não liguei nem um pouco, mas pelo contrário, foi uma grande experiência. Só me pareceu surreal, eu ainda não percebo muito bem que isso aconteceu. No caso de alguns atores, quando eles abrem as portas nos Estados Unidos, eles não querem mais voltar para a Europa. Mais como eu sou jovem na profissão, eu preciso ganhar mais experiência na minha própria língua.

    Agora você tem novos projetos, tanto na França quanto na sua Espanha natal.

    É muito complicado. Na França, o canal de televisão Canal Plus é essencial ao cinema francês, e como eles compraram os direitos dos jogos de futebol esse ano, eles têm menos dinheiro e isso paralisa todo o sistema. Já faz três meses que todos os meus amigos tiveram seus projetos adiados. Eu devia filmar um filme francês, mas as filmagens não começaram. Depois eu ia filmar outro na Espanha, mas ele também foi adiado, e acabou batendo com a data de outro projeto... O último filme que eu consegui filmar foi El Sexo de los Angeles, coproduzido pelo Brasil.

    A Filha do Pai

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