por Francisco Russo
Quantos diretores em Hollywood teriam peito para vetar a participação de um astro do porte de Will Smith em seu filme? Kathryn Bigelow teve. Pouco após ganhar os Oscar de melhor filme e melhor diretor por Guerra ao Terror, ela começou a trabalhar em Triple Frontier. A ideia era rodar um filme na tríplice fronteira, local onde os limites de Brasil, Argentina e Paraguai se encontram, e desenvolver uma história envolvendo tráfico de drogas. Tom Hanks chegou a anunciar sua presença no projeto, que teve ainda Javier Bardem e Johnny Depp entre os interessados. Entretanto, para surpresa de muitos, o projeto simplesmente parou.
Em entrevista concedida ao The Hollywood Reporter, Kathryn Bigelow comentou sobre o porquê de Triple Frontier não ter saído do papel: dinheiro. A Paramount Pictures se recusou a autorizar o orçamento de US$ 80 milhões, solicitado pela diretora. Uma alternativa seria a inclusão de Will Smith no elenco, o que poderia sensibilizar os executivos do estúdio - afinal de contas, seria a chance de ter astros do porte de Hanks e Smith juntos na telona. Entretanto, aí foi a vez de Bigelow recusar.
A resistência à contratação de Will Smith era tão grande que Kathryn Bigelow sequer queria conversar com o astro, o que fez com que seus agentes pedissem à Paramount que a pressionassem a agendar o encontro. Após muita insistência, ele enfim aconteceu, mas a diretora não mudou de opinião: não queria Smith no filme.
Diante deste impasse, Triple Frontier foi guardado na gaveta e Kathryn Bigelow partiu para outro projeto, o drama A Hora Mais Escura. A história acompanha os esforços de uma agente da CIA (Jessica Chastain) em localizar e capturar Osama bin Laden, considerado culpado pelos ataques terroristas sofridos pelos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001. Com estreia nos cinemas brasileiros agendada para 18 de janeiro, o longa-metragem recebeu quatro indicações ao Globo de Ouro e tem despontado como um dos principais candidatos ao Oscar 2013.
A Hora Mais Escura