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    Morre Oscar Niemeyer, um arquiteto que inspirou o cinema

    Um dos grandes nomes da arquitetura mundial faleceu aos 104 anos, no Rio de Janeiro. Ele não só projetou cinemas, como participou de alguns documentários. Isso sem falar de sua obra, volta e meia presente como "personagem" de filmes.

    por Lucas Salgado e Bruno Carmelo

    Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares nasceu no Rio de Janeiro, em 15 de dezembro de 1907. Foi um dos arquitetos mais conhecidos e influentes do mundo, realizando obras que fazem parte do inconsciente coletivo do brasileiro. Ao lado de Lúcio Costa, idealizou a capital Brasília, a convite do presidente Juscelino Kubitschek, para quem já havia trabalhado quando este era prefeito de Belo Horizonte.

    A igreja São Francisco de Assis, em BH, a sede da ONU, em Nova York, os palácios da Alvorada, do Planalto e o edifício do Congresso Nacional, em Brasília, e Museu de Arte Contemporânea de Niterói são apenas algumas das obras mais significativas de Oscar Niemeyer, que também projetou cinemas.

    Ele foi o responsável pelos projetos do Cine Brasília (foto acima), até hoje palco principal do Festival de Brasília, do Museu Petrobras de Cinema (abaixo), em Niterói, e do cinema popular da comunidade Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, no Rio, mas que ainda não saiu do papel.

    Faleceu no dia 5 de dezembro de 2012, pouco antes de completar 105 anos. Estará, no entanto, para sempre marcado na história do Brasil e suas obras continuam fazendo parte do dia a dia de pessoas por várias partes do mundo. Niemeyer também está para sempre registrado por suas participações nos cinemas.

    O arquiteto foi o tema de pelo menos três documentários: Oscar Niemeyer - A Vida é um Sopro, de 2007, o média-metragem franco-brasileiro Oscar Niemeyer: O Arquiteto do Século (2000) e o curta-metragem americano Oscar Niemeyer 101. Todos focam na trajetória do artista, e em suas concepções sociais e artísticas do espaço. Estes filmes vêm acompanhados de comentários de diversos intelectuais como Chico Buarque de Hollanda e Ferreira Gullar, atestando a importância de Niemeyer na herança cultural brasileira.

    Oscar Niemeyer - A Vida é um Sopro

    Niemeyer também falou sobre política, arte e cultura em outros documentários, como Conterrâneos Velhos de Guerra (1991), que retrata a construção de Brasília, e Brizola - Tempos de Luta (2007). Além disso, suas obras já foram cenários de diversos filmes, em especial a capital brasileira. Além das produções que retratam Brasília em seu estado atual, vale lembrar as imagens de O Homem do Rio, aventura francesa de 1964 passada no Brasil, que mostra o astro Jean-Paul Belmondo percorrendo a arquitetura de uma cidade ainda em construção.

    A influência de Niemeyer foi tão grande que não se limitou à arquitetura. O cinema, como o resto das artes, permanecerá marcado pelo seu trabalho.

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