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    Vencedor do Oscar revela em Gramado que nova animação o tirou do sério

    E ele explica ainda porque Ricardo Darin está em seus filmes e apesar de ser argentino, não está nem aí para o futebol. Com humor de sobra, Juan José Campanella conta que projeto é esse que o está "enlouquecendo" e qual é o seu destino. Boa leitura!;)

    por Roberto Cunha

    Na cidade para receber o Kikito de Cristal, homenagem do Festival de Gramado para o diretor latino-americano de maior projeção mundial na atualidade, Juan José Campanella conquistou os jornalistas durante toda a coletiva de imprensa realizada na última terça-feira, 14, pela manhã.

    Vencedor do Oscar com O Segredo dos Seus Olhos, sua simplicidade era notória e o respeito também, tanto que se mostrou incomodado com o péssimo hábito de alguns jornalistas fazerem muitas perguntas ao mesmo tempo, desrespeitando o direito de outro colega de profissão perguntar algo e comentou: “Aqui, vocês fazem várias perguntas ao mesmo tempo?”. Teve gente sorrindo amarelo. Fecha o pano!

    Um prêmio para um premiado

    Campanella já é um vencedor no festival, pois ganhou mais de um Kikito com O Filho da Noiva há dez anos. Com um jeito muito tranquilo, ele não escondeu sua alegria e tristeza sobre a homenagem que iria receber. “É uma honra saber que o Brasil pensou em mim” e lamentou não poder ficar mais dias porque precisa trabalhar em seu atual projeto, que o consome dia após dia.

    Animação tira diretor do sério

    Assustado com os cinco anos que está levando para fazer a animação Mete Gol, ele disse que foi obrigado a recusar convites por causa desse longa. “Pensei que era um trabalho normal, mas você fica tomado”, contou, acrescentando com dor e humor: “Se soubesse que animação daria esse trabalho, não faria. Não tenho férias, não tenho feriado, não tenho vida.”

    Brasil x Argentina no gramado

    E quando o assunto “tabu” entre os dois países entrou em campo, mesmo tendo o cinema como pano de fundo, sua simplicidade foi o apito final: “Tenho plena convicção que o futebol não me interessa (risos da plateia) por mais que possa parecer um pecado”.

    Brasil X Argentina no cinema

    Instigado a falar sobre a incensada superioridade do cinema argentino, especialmente, quanto aos roteiros, ele respondeu derrubando esse mito. “Acho que isso é um mal entendido de vocês”, disse, reforçando que eles também têm problemas com roteiros. “Tivemos uma melhoria em relação aos anos 80, 90, mas fazemos 150 filmes por ano, dos quais 148 vocês devem desconhecer. Os dois/três roteiros bons são uma minoria”.

    O parceiro das telas

    Por já ter trabalhado com o ator Ricardo Darin em vários filmes, ele definiu rapidamente o porquê de sua escolha. “Ricardo é um grande ator. Além de excelente, tem uma presença muito grande na tela e leva um filme pra frente”, disse, lembrando que isso acontece com qualquer personagem que ele faz, mesmo os maus.

    Filmar em Hollywood está nos seus planos?

    O cineasta deixou claro que não morre de amores por trabalhar com estúdios americanos, mas que é bom (já fez) e ele topa, desde que os envolvidos, como executivos e produtores, concordem em fazer o mesmo filme.

    Maiores informações no site oficial ou no nossa cobertura do evento.

    Fotos/Imagens do Festival - Edison Vara, Itamar Aguiar e Cleiton Thiele/ Pressphoto

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