por Francisco Russo, direto de Cannes
O filme de encerramento do Festival de Cannes 2012 tem forte valor simbólico. Trata-se de Thérèse Desqueyroux, último trabalho do diretor Claude Miller, que faleceu em 4 de abril deste ano em decorrência de um câncer. Uma homenagem a um diretor que já foi premiado no próprio festival, tendo recebido o Prêmio do Júri por Viagem de Férias, em 1998.
Estrelado por Audrey Tautou, o longa-metragem é a versão para as telonas do livro homônimo de François Mauriac, já adaptado para o cinema em 1962. A história gira em torno da personagem-título, uma jovem (Tautou) que se casa com o irmão da melhor amiga mas não consegue ser feliz com a vida conjugal. Cansada da apatia que a cerca, um dia ela resolve aumentar a dosagem do remédio de seu marido no intuito de se livrar dele. Só que o plano não dá certo.
Em ritmo bastante arrastado, Thérèse Desqueyroux jamais consegue cativar a atenção do espectador. A apatia da personagem de Tautou é transferida também ao público, ainda mais porque a história parte de sensações pouco compreendidas pela própria personagem. É a partir de um mal estar interior que resolve tomar, sem medir consequências, uma atitude que se mostra desastrosa. Esta sensaçao é bem transmitida no decorrer do filme, mas sem fazer com que o espectador realmente se importe com o que acontecerá com ela.
Até o momento o longa-metragem não possui data de estreia definida, nem na França nem no Brasil.
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