por Francisco Russo, direto de Cannes
Nenhum filme em Cannes recebeu uma recepção tão calorosa quanto Elefante Blanco. O longa-metragem, exibido em sessão de gala ontem à noite, foi aplaudido por cinco minutos ao término da sessão.
Dirigido pelo argentino Pablo Trapero (Abutres e Família Rodante), presente na sessão ao lado do ator Jérémie Renier, o longa-metragem traz uma história que poderia, facilmente, ser ambientada no Brasil. Em uma violenta favela, localizada na periferia de Buenos Aires, vive o padre Julian (Ricardo Darin). Ao lado de uma pequena equipe, capitaneada pela assistente social Luciana (Martina Gusman) e o recém-chegado padre Nicolás (Renier), eles tentam ajudar a população local em meio a conflitos entre traficantes e com a polícia, além do pouco interesse das autoridades públicas. Como pano de fundo está o esqueleto de uma imensa construção inacabada, que deveria ser o maior hospital da América Latina. É o tal elefante branco do título.
Com um olhar extremamente humano e sem deixar de lado a dura realidade que o cerca, Elefante Blanco surpreende e comove pela dignidade e devoção dos envolvidos. Darín, mais uma vez, é o grande destaque, transmitindo credibilidade a um personagem que brilha especialmente pela lucidez com a qual lida com todas as variáveis envolvidas. Impressionantes também as cenas de tiroteio na favela, pela tensão transmitida, e a ótima trilha sonora.
Elefante Blanco integra a seleção da mostra Um Certo Olhar, a segunda mais importante do Festival de Cannes, e até o momento não tem distribuidora para o mercado brasileiro. Logo abaixo você pode conferir o trailer original do longa-metragem.
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