por Francisco Russo, direto de Cannes
Abbas Kiarostami é um diretor eclético. Vencedor da Palma de Ouro em 1997 pelo iraniano Gosto de Cereja e responsável pelo francês Cópia Fiel, que rendeu o prêmio de melhor atriz para Juliette Binoche dois anos atrás, o diretor está de volta ao festival com seu novo longa-metragem, Like Someone In Love. A novidade é que o longa é situado no Japão e inteiramente falado na língua do país do sol nascente, uma cultura inédita para o diretor até então.
Entretanto, não foi a mudança de localidade que confundiu o público na primeira sessão do filme, realizada ontem à noite. De certa forma Like Someone in Love segue a proposta de Cópia Fiel, sem o mesmo brilhantismo, no sentido de apresentar os personagens sem fornecer muitas informações sobre eles. Com isso, nem todas as perguntas recebem respostas, deixando muito a cargo da imaginação do espectador.
A história começa com uma jovem em um restaurante, ao lado de uma amiga. Logo um homem se aproxima e lhe pede que vá encontrar um colega. Ela resiste, alegando que precisa encontrar a avó que vem do interior, mas acaba aceitando. É o início de uma jornada onde Kiarostami apenas dá pistas sobre o que pode vir a acontecer, provocando um enigma intrigante regado a belas cenas em plano sequência.
Ao término da sessão, a imprensa mundial recebeu Like Someone in Love com aplausos e reclamações, devido ao final abrupto. No fim das contas o roteiro acaba sendo o grande destaque, pela forma como conduz a história sem revelá-la por completo. Com distribuição no Brasil assegurada pela Imovision, o filme ainda não tem data de estreia agendada.
Like Someone In Love
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