por Bruno Carmelo
Quarta-feira à noite, 4 de abril de 2012, foi divulgada a morte do realizador francês Claude Miller. Aos 70 anos de idade, ele não resistiu a um câncer, contra o qual lutava há muitos anos.
Miller foi um dos raros diretores franceses a conciliar tanto os gostos do público quanto os da crítica, especializando-se sobretudo em dramas intimistas. Seus filmes ganharam prêmios muito distintos, como no prestigioso festival de Cannes, voltado ao cinema de autor, além do prêmio Louis-Delluc, escolhido pelos críticos, e o César, mais voltado às obras populares.
Grande amigo de François Truffaut, ele trabalhou inicialmente como produtor de muitas obras deste, como Beijos Proibidos e A História de Adèle H. Logo ele estreou na direção com o cruel drama A Melhor Maneira de Andar (1976), confronto entre homens sobre a questão da virilidade e da homossexualidade.
Com o sucesso desta primeira obra, Claude Miller não tardaria a se impor como autor com um estilo próprio. Interessado pelo tema da infância e da adolescência, ele realizou La Petite Voleuse, L'Accompagnatrice e La Classe de Neige, este último premiado em Cannes. Recentemente, ele obteve sucesso como os dramas A Pequena Lili (2002), Um Segredo em Família (2007) e Feliz que Minha Mãe Esteja Viva (2008).
Sua morte ocorre logo após a finalização de um novo filme, Thérèse Desqueyroux, com Audrey Tautou e Gilles Lellouche. O drama conta a história de uma mulher infeliz, nos anos 1920, que luta para se liberar de seu casamento e do meio burguês em que vive. Esta nova obra ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.