por Francisco Russo
Faleceu hoje, às 14h52, o ator e comediante Chico Anysio, em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado desde 30 de novembro de 2011 e, já há alguns anos, vinha sofrendo vários problemas de saúde.
Nascido em Maranguape, no Ceará, Chico veio para o Rio de Janeiro ainda criança, aos oito anos de idade. Aos 14 começou a participar de programas de calouros em várias rádios, cariocas e paulistas. Fez vestibular para Direito, mas não chegou a cursá-lo. Pouco tempo depois, trabalhou como ator, locutor, redator e comentarista esportivo na Rádio Guanabara. Entretanto, sua vocação maior sempre foi a presença em shows e comédias.
Foi
como humorista que Chico Anysio alcançou o ápice da carreira. Criou mais de 200 personagens, sendo que alguns deles entraram para o imaginário coletivo brasileiro, como Bozó, Beto Carneiro, Coalhada e o professor Raimundo Nonato. Passou a trabalhar na televisão em 1957, na TV Rio, e em 1969 foi contratado pela Rede Globo, onde permaneceu até seu falecimento. Além de vários programas humorísticos, participou de algumas novelas, como Sinhá Moça (2006), Pé na Jaca (2007) e Caminho das Índias (2009).
No cinema, Chico Anysio teve participações esporádicas. Entre 1955 e 1960 participou de sete comédias, como O Primo do Cangaceiro e Cacareco Vem Aí. Seu retorno ao cinema apenas aconteceria 11 anos depois, em O Doce Esporte do Sexo. Um de seus principais papéis foi em Tieta do Agreste (foto acima), lançado em 1996, no qual deu vida ao pai da personagem título, interpretada por Sonia Braga.
Nos últimos anos Chico esteve mais presente no cinema, tendo rodado Se Eu Fosse Você 2 e Uma Professora Muito Maluquinha. Ele também participou dos ainda inéditos A Hora e a Vez de Augusto Matraga, pelo qual ganhou uma menção honrosa no Festival do Rio 2011, e Frank Aguiar - O Sonho de um Sonhador, cinebiografia do cantor Frank Aguiar.
Chico Anysio e a equipe de "A Hora e a Vez de Augusto Matraga" na premiação do Festival do Rio 2011